* Por Dagoberto Hajjar
2022 será um ano exuberante para TI: vamos crescer, no mínimo, 22%. Vou explicar os motivos.
De 2005 a 2008 o mercado de TI cresceu, em média, 12% ao ano. Mudou muito pouco de um ano para o outro. Em 2009 veio a crise de sub-prime, ou ” marolinha”, que deixou o mercado muito assustado e as compras de TI foram embarrigadas de 2009 para 2010. Em 2009 o crescimento foi próximo de zero e em 2010 foi 20%, então, uma média de 10% e, de certa forma, mantendo as médias de crescimento anteriores.
De 2012 a 2016 o crescimento de TI caiu para um patamar médio de 5%.
De 2017 a 2020 o patamar de crescimento pulou para 10%.
Em 2021 tivemos um crescimento de 21% e a minha aposta é que teremos 3 anos com um patamar de crescimento de 20%. Acredito que em 2022 teremos, no mínimo, 22% de crescimento.
2022 será um ano com evento eleitoral, com uma campanha extremamente acirrada e cara, gerando muita insegurança no mercado. Já passamos por isto antes, já sabemos como é o impacto desta insegurança e como os vendedores de TI devem argumentar com seus clientes para “puxar” as vendas. No final do ano teremos a Copa do Mundo (de 21 de Novembro a 18 de Dezembro), um evento que afeta muito pouco as vendas de TI, mas afeta a sazonalidade, ou seja, as decisões são feitas antes ou depois da Copa. Muitas empresas de TI puxaram as metas de vendas de Dezembro para Novembro, acreditando que o cliente que não comprar antes da Copa, dificilmente comprará de 18 a 31 de Dezembro.
Um dos indicadores que eu analiso é o % de consumo de TI no total do PIB. Nos últimos 15 o Brasil consumiu em TI o equivalente a 2,1% do PIB. No mesmo período os USA consumiram o equivalente a 3,9% do PIB. Isto representa um “déficit de tecnologia” para o Brasil e as áreas mais defasadas tecnologicamente são Saúde, Educação e Varejo. Estas 3 áreas tiveram que fazer investimentos emergenciais em 2020 para ter sobrevivência, e em 2021 começaram a refazer os investimentos de maneira correta e adequada para garantir competitividade. Em 2020 o investimento em TI foi de 3,1% e em 2021 é de 3,6% mostrando que vamos começar a reduzir o déficit de tecnologia.
Este ano começaremos a implementar o 5G que será uma grande revolução de conectividade, mudando a forma como as empresas falam com as pessoas, e gerando mais um enorme acelerador para soluções de NUVEM.
Em 2022 nem todas as empresas terão crescimento de 22%. As empresas de hardware e software tradicional (on-premises) vão crescer de 13% a 15%, as empresas com ofertas de produtos e serviços em NUVEM vão crescer 35% a 40%. O mesmo aconteceu em 2020 e 2021. Uma empresa de hardware ou software tradicional que cresce 13% ao ano, em 3 anos terá crescido 44%. Uma empresa de nuvem que cresce 35% ao ano, em 3 anos terá crescido 150%. A diferença financeira é enorme, mas ainda tem muitas empresas no modelo antigo e indecisas sobre quando e como fazer a transição.
Não precisa de bola de cristal para ver que teremos uma grande JANELA de crescimento histórico.
Minha recomendação para quem quer crescer muito em 2022: estar com as ofertas corretas e acelerar o máximo em vendas.
Dagoberto Hajjar trabalhou 10 anos no Citibank em diversas funções de tecnologia e de negócios, 2 anos no Banco ABN-AMRO, e 9 anos na Microsoft exercendo, entre outros, as atividades de Diretor de Internet, Diretor de Marketing e Diretor de Estratégia. Atualmente é sócio fundador da ADVANCE – empresa de treinamento e consultoria para empresas que querem aumentar as vendas.