* Por Denis Osório
Não é de hoje que os criadores de conteúdo têm chamado a atenção não só das pessoas, mas principalmente das marcas. Muitas empresas já utilizam há anos as redes sociais de influenciadores para se comunicar com um perfil de público de forma ainda mais assertiva em razão do aumento e relevância do mercado de nichos.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Adobe, intitulada Future of Creativity, o segmento vem crescendo de maneira expressiva nos últimos dois anos e, atualmente, existem cerca de 303 milhões de creators espalhados pelos mais remotos cantos do mundo.
A grande verdade é que, desde sempre, pessoas se conectam com pessoas. É natural que os consumidores se engajem com as histórias contadas por gente real e se sintam influenciados por elas.
Com o montante de informações disponíveis, a procura pela opinião de alguém de confiança antes de realizar uma compra ou realizar um serviço – e aqui um amigo, parente ou mesmo um influenciador digital podem ter o mesmo status de credibilidade – é muito comum.
Um estudo recente da YouPix aponta que mais de 76% compram determinados produtos porque são recomendados por estes creators e outros 69% relatam comprar por conta da lembrança das publicidades realizadas por eles.
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O sucesso levou o mercado a ganhar mais maturidade e hoje é possível observar dois tipos diferentes de atuação dos participantes da creators economy. O mais conhecido é aquele em que o influenciador utiliza toda a sua potencialidade e credibilidade para vender sua própria marca e produtos, tendo assim um maior controle sobre a qualidade dos produtos e serviços oferecidos, a mensagem que irá transmitir e a experiência do cliente.
Entre alguns exemplos de marcas criadas por eles estão a Gyka by Gkay, da influenciadora homônima que possui mais de 20 milhões de seguidores no Instagram, a PSeuteamo, comandada pela atriz Paola Santana e dedicada a venda de roupas, GE Beauty, da Camila Coutinho, de produtos para beleza e uma das pioneiras nesse tipo de estratégia e a We Pink, da Virgínia Fonseca. Essa última, focada em maquiagem, precisou de apenas oito horas para bater R$ 1,5 milhão em vendas de uma linha de bases, com a unidade custando R$199.
A outra frente são as marcas baseadas na criação de conteúdo, em que não há um influenciador, mas um storytelling. A Bolovo – que começou como uma produtora de vídeo e hoje também desenvolve linhas de roupas – e a Redbull são bons exemplos de empresas que apoiam o seu branding e engajamento com a audiência por meio de criatividade, muito conteúdo – muito mesmo! – e diversificação de canais e formatos, indo além ou até mesmo fugindo de uma comunicação de produto convencional.
Só para citar um case incrível – e por vezes inacreditável dado os desafios impostos – do que a Redbull vem fazendo para criar uma estratégia de branding apoiada na creators economy e assim associar a marca a esportes, cultura e estilo de vida que reforcem o conceito de energia.
O mais reconhecido é o famoso Red Bull Stratos, que levou o especialista em skydiving Felix Baumgartner para o primeiro pulo em queda livre supersônico, iniciativa que custou 55 milhões de dólares e teve retorno de mídia estimado em US$ 6 bilhões segundo divulgado em sites especializados. Max Verstappen, Marc Márquez, Neymar e Letícia Bufoni são outras personalidades que também vem contribuindo na construção de conteúdo para a marca.
No caso da Bolovo, criada pelos ex-produtores da MTV, Deco Neves e Lucas Stegmann, e que já teve parceria com marcas como Rider, Havana Club e Braz Elétrica, os conteúdos criados por eles próprios para cada iniciativa muitas vezes supera o produto por seu caráter inusitado.
Junto com a Fila, eles acabam de desenvolver uma linha de sportwear composta de, tênis, camisetas, bermudas, chapéus tipo bucket e bonés. Mas o grande diferencial foi a campanha produzida em uma cancha de bocha, como são conhecidas as quadras do esporte. A modalidade é um clássico italiano e muito tradicional em clubes de campo brasileiros e ganhou uma roupagem jovem e descolada para apresentar a coleção Bolovo e Fila.
A importância da creator economy também contribuiu para que uma cadeia de especialistas e fornecedores surgissem para apoiar o desenvolvimento e profissionalização desses criadores. Um caso recente é o do próprio influenciador Lucas Rangel que idealizou a LR Contents Group, grupo de empresas voltadas para o agenciamento e gestão de carreira de influenciadores digitais e que faturou R$ 35 milhões em 2022 criando conteúdo para marcas globais como Disney, Coca-Cola, PlayStation e McDonald’s.
Seja começar o seu próprio negócio ou então se associar a grandes marcas, o fenômeno do conteúdo é parte essencial para se criar conexões mais profundas com os consumidores. Além de fidelizá-los, ele ajuda a educar o mercado e principalmente construir autoridade para o negócio do próprio influenciador ou para a marca que ele apoia. Além de contar com os parceiros certos e uma estrutura de criação para a mídia determinada, o mais importante é jamais deixar de lado a autenticidade.
* Denis Osório é cofundador da Vnda, plataforma de e-commerce especializada em soluções omnichannel para lojistas, que faz parte do Grupo Olist. Graduado em Relações Internacionais pela ESPM, conta com mais de 15 anos de experiência no ecossistema de varejo e vendas.
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