* Por Beatriz Massola
Atualmente, os avanços na tecnologia são tão profundos, relevantes e prestos que fica difícil decidir qual caminho seguir ou qual linguagem de programação estudar, por exemplo.
É um fato conhecido que para ascender profissionalmente, são necessários diferenciais competitivos obtidos através de cursos, workshops, palestras ou o que for preciso para se manter atualizado.
Ainda que muitas pessoas tenham seguido essa “receita de bolo” e acabaram se vendo desempregadas em meio a pandemia do coronavírus, não podemos desanimar. Afinal, 14 dos 25 empregos em alta para 2022 são na área de tecnologia, conforme apontou um recente estudo do LinkedIn.
Em meio a tantas lives e empresas oferecendo a “mudança que você procura”, como de fato escolher? Segundo Henri Bergson: “ O tempo de uma vida é a duração do presente”. É ele quem importa. Do que adianta se inscrever em todos os cursos online que a internet nos sugere, se eles só nos fizerem chegar a um burnout mais rapidamente? Cada um aprende em um tempo e de um jeito diferente do outro. Se cadastrar em tudo que vê sem conseguir absorver nada, só nos faz sentir insuficientes e esgotados. E o cadastro não é sinônimo de aprendizado. O que nos faz aprender é o prazer. Sabe aquele jingle de comercial que memorizávamos sem saber como quando criança? Pois é, a alegria de cantar ou seja a emoção atribuída a memória é o que nos faz aprender. Sendo assim, devemos escolher trilhar o caminho que nos faz sentir bem, com aquele frio na barriga e entusiasmo de aprender algo novo. Logo, essa é a única garantia de êxito.
Pouco se fala sobre a depressão no caso dos estudos. Algumas vezes ele pode vir à tona devido a predisposição genética ou eventos traumáticos, em outras ele surge com estresse crônico, inibindo a serotonina, responsável pela nossa sensação de bem estar. Costuma ser mais comum entre ( jovens e) mulheres, talvez devido a sua natureza multitarefas que foi agravada durante a pandemia. Recomenda-se nesse caso, além de uma alimentação balanceada, exercícios físicos regulares e técnicas de autocuidado, uma rede de apoio e acompanhamento médico. Mas de que forma isso se relaciona com o nosso tópico? Bem, pessoas deprimidas ou depressivas tendem não só a ter dificuldade na tomada de decisões como também podem optar pelas mais prejudiciais para si mesmas, uma vez que tendem a se basear em vieses negativos. Por exemplo, alguém nesse perfil desistiria de começar a estudar algum assunto específico como a linguagem de programação Java, por antecipar sua dificuldade. Uma pessoa saudável levaria em consideração os prós e os contras de forma equilibrada e racional, sem excluir os possíveis ganhos desse novo aprendizado ( reconhecimento, salário, facilidade em aprender diversas outras linguagens já que aprendeu uma com alto grau de dificuldade, etc.)
É essencial também, correlacionar os objetivos pessoais com as demandas e desafios ligados ao seu cargo, alinhando expectativas tanto suas quanto da empresa em que se presta serviço. Dessa forma, os objetivos ficam claros, e você ainda pode receber muito apoio nesse crescimento ( e se não receber, descobrirá que esse lugar não é para você).
É sempre bom também conferir o mercado de trabalho, pedir orientação de profissionais da área ou que migraram para outra (qualquer detalhe seja de natureza negativa ou positiva lhe será muito útil), comparecer a feiras e amostras, mas no fim seguir com a razão, o seu coração.
Beatriz Massola, 28 anos, atua como Desenvolvedora Full Stack e pesquisadora associada em um projeto de I.A. na Startup membro da Cubo, Hexagon.pro – que nasceu a maior consultoria de negócios e tecnologia para logística do país. Além da formação em Desenvolvimento de Sistemas, também é graduada em Letras e pós-graduada com MBA em Comércio Exterior – Negócios internacionais.