* Por Caio Bretones
Recentemente, temos observado um aumento no número de empresas e startups que operam e fornecem soluções no modelo “white label”. Esse conceito surgiu com o intuito de facilitar a comercialização de produtos e serviços prontos, permitindo vendas e implantações de forma simplificada. No entanto, é importante destacar que o que pode ser um ponto positivo para um lado pode não ser benéfico para o outro.
As soluções prontas são rápidas e fáceis de serem aplicadas em qualquer negócio, como se fossem soluções “prontas para uso”. No entanto, aqui encontramos uma problemática relacionada à aplicação dessas soluções em “qualquer negócio”.
É importante reconhecer que as empresas possuem estratégias e produtos diferentes, assim como suas próprias regras de negócio. Portanto, as empresas que adotam os serviços ou produtos white label tradicionais tendem a ficar rapidamente estagnadas, presas a uma estrutura de produto digital que não acompanha a evolução das necessidades e estratégias do seu próprio negócio, do seu core business.
Outro ponto de preocupação nesse modelo é a especialidade técnica do fornecedor do serviço ou produto white label. Em sua maioria, essas empresas ou startups não são especializadas em tecnologia e/ou no desenvolvimento de soluções para operações financeiras, seja no âmbito mobile ou web. Isso faz com que eles se restrinjam a fornecer um produto pronto para uso, mas com um código-fonte que não pode ser replicado ou modificado, uma vez que é uma estrutura única aplicada a todos os clientes desse fornecedor.
Diferente desse modelo engessado, hoje o mercado oferece soluções white label não tradicionais, que permitem uma rápida entrada, mas também são evolutivas ao longo do tempo. Por exemplo, um produto com um modelo de assinatura flexível, que pode ser implementado em poucos passos e a um baixo custo, proporcionando um serviço aos clientes que pode ter suas funcionalidades evoluídas de acordo com o tempo e as novas necessidades, acompanhando assim a velocidade da estratégia. Isso só é possível com o suporte adequado da empresa que desenvolveu a solução inicial.
Esse modelo de negócio é mais robusto e promove um ganha-ganha na operação, uma vez que a empresa fornecedora consegue oferecer evoluções e novas funcionalidades, adaptando-se às regras de negócio de cada cliente de forma personalizada. Por sua vez, o cliente fica satisfeito com o produto digital oferecido, acompanhando e aumentando o potencial de negócios.
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Outro modelo e estrutura semelhantes, que também estão sendo utilizados pelas empresas (especialmente fornecedores de tecnologia), são os aceleradores compostos por microsserviços.
Esses produtos digitais financeiros possuem uma base fixa, como a jornada PIX, regulada pelo BACEN, mas podem ser utilizados para atender às regras de negócio de cada cliente, promovendo adaptações e aplicando funcionalidades personalizadas que atendam a determinadas especificidades das regras de negócio singulares de cada cliente. Trata-se de um desenvolvimento sob medida, utilizando microsserviços para acelerar a entrada em produção.
Em suma, é fundamental que as empresas tradicionais que desejam embarcar na “fintechzação” de suas operações estejam atentas às opções disponíveis no mercado, a fim de evitar surpresas quando a estratégia envolver o crescimento do produto em relação ao fornecedor contratado.
Em meio a tantas regulamentações e constantes novidades no setor de serviços financeiros, é necessário buscar soluções e parceiros que ofereçam suporte para todos os cenários, tanto os bons quanto os desafiadores. Somente assim será possível oferecer produtos e serviços cada vez mais robustos e, consequentemente, crescer em um mercado tão competitivo como o financeiro.
Caio Bretones é sócio-fundador e CEO da Mobile2you, mobile-house especializada no desenvolvimento de aplicativos financeiros sob medida (tailor-made), com especialidade em fintechs e soluções digitais. A Mobile2you foi adquirida pela Dimensa Tecnologia, subsidiária da maior empresa de software da América Latina, a TOTVS em sociedade com a B3 S.A.
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