A partir de hoje, os clientes interessados em usar o PIX, sistema de pagamentos instantâneos, poderão começar a cadastrar suas informações para aderir à nova solução, que permitirá pagamentos e transferências de dinheiro durante 24 horas por dia, 7 dias por semana, em até 10 segundos. O PIX começará a funcionar para toda a população a partir de 16 de novembro.
Para que as transações eletrônicas ocorram de forma simples e ágil, sem que o cliente tenha que passar todos os seus dados para o usuário que irá realizar a transferência, o PIX terá chaves de endereçamento para identificação de contas transacionais. Intitulada “chave PIX”, o cadastramento será feito através de um “apelido” que será usado pelo cliente para identificar sua conta no sistema.
Algumas instituições optaram por realizar um pré-cadastro da chave PIX com seus clientes. Entretanto, mesmo tendo feito esse processo, a partir de hoje, os bancos terão de confirmar com os usuários o efetivo cadastramento das chaves no PIX.
Como irá funcionar o PIX?
O ícone do PIX estará dentro do aplicativo bancário e no internet banking do cliente, assim como já estão outras funcionalidades, como DOC e TED. A chave PIX vincula as informações básicas do usuário aos dados completos que identificam a conta transacional do cliente (identificação da instituição financeira ou de pagamento, número da agência, número da conta e tipo de conta).
Os quatro tipos de chaves Pix que poderão ser usadas e cadastradas são:
– Número de CPF/CNPJ;
– Endereço de e-mail;
– Número do telefone celular;
– EVP: uma sequência alfanumérica de 32 dígitos que, após solicitação do cliente ao seu banco, será enviada pelo Banco Central à instituição, e com ela será possível criar um QR Code.
Não é obrigatório cadastrar uma chave para fazer ou receber um PIX. Caso o usuário queira usar o sistema de pagamento instantâneo, sem a chave PIX, será preciso digitar todos os dados bancários do destinatário para realizar uma transação.
Além das chaves de endereçamento, o PIX também trará a experiência do QR Code que possuirá dois formatos:
– Estático: que poderá ser utilizado para transferências ou no comércio quando as informações para pagamentos não mudam, incluindo o valor do pagamento (exemplo: um sorveteiro, em que o preço do picolé é o mesmo sempre).
– Dinâmico: que poderá ser utilizado no comércio quando as informações para pagamentos mudam a cada momento (exemplo: em um supermercado, quando o valor de cada compra é diferente).
Inovação, comodidade e menor circulação de dinheiro em espécie
Para Isaac Sidney, presidente da Febraban, o PIX é uma inovação que trará mais segurança e conveniência ao consumidor em suas transações financeiras, como já ocorreram com outras ferramentas, como tokenização, mobile baking e internet banking. “O PIX irá aumentar a inclusão financeira no país, estimular a competitividade e aprimorar a eficiência no mercado de pagamentos. O acesso a serviços financeiros constitui um passo crucial para a inclusão social e para o combate à desigualdade no país”, diz.
Para aderir ao PIX, os bancos brasileiros estão investindo recursos adicionais em infraestrutura, tecnologia e segurança para padronizar e organizar um sistema dentro um ambiente de comodidade e confiabilidade para o cliente. Segundo Isaac Sidney, as medidas são condizentes com os investimentos que o setor bancário vem fazendo em modernização tecnológica, da ordem de R$ 24,6 bilhões anuais.
Leandro Vilain, diretor executivo de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Febraban, também ressalta que a Federação é favorável a medidas que reduzam a necessidade de circulação de dinheiro em espécie, que somente de custo de logística totalizam cerca de R$ 10 bilhões ao ano. “A Febraban e os bancos estão se preparando para esse novo modelo de negócios e com a expectativa de reduzir o custo de logística de numerário”, diz.