* Por Daniel Goettenauer
A maior floresta tropical do mundo. Esse é o título da floresta tropical Amazônica, que cobre grande parte do noroeste brasileiro e se estende até a Colômbia, Peru e outros países da América Latina. Atravessada por milhares de sinuosos rios, dentre eles o Rio Amazonas, a região concentra importante parte do bioma natural do Brasil, com cerca de 2,5 milhões de espécies de insetos, dezenas de milhares de plantas e cerca de 2 mil aves e mamíferos.
Nos últimos anos, falou-se ainda mais sobre a região, justamente pelas incontáveis queimadas e problemas de preservação da natureza local. Porém, o que pouco se fala é que a Amazônia tem se tornado um berço não só para as espécies acima citadas, mas também para as startups.
Esse é um ecossistema ainda em formação e que vem se estruturando melhor a cada ano. Nós, que já atuamos no setor de inovação e tecnologia há alguns anos, conseguimos notar que os investimentos em startups locais acontecem e, ainda que pontuais, ajudam no crescimento do mercado e elevam as chances de sucesso e ganhos de escala dessas iniciativas.
Segundo a Associação Brasileira de Startups (Abstartups), Manaus concentra hoje 84 startups, sendo os principais segmentos Educação, Saúde e Eventos. Além disso, 38,8% delas atuam com foco em B2B, 14,3% em B2C e 36,7% em B2B2C. 48,6% dessas startups manauaras já estão em fase de tração e apenas 8,6% já alcançaram a fase de escala.
Tais dados reforçam um ponto que sempre abordamos em nossa equipe. A importância dos hubs de inovação para impulsionar esses novos negócios. Esses hubs são atores importantes e têm a função de conectar o máximo possível de oportunidades, uma das estratégias para isso é gerar densidade em seu ambiente de forma que mais conexões aconteçam.
As startups da Amazônia têm impulsionado a bioeconomia local, gerando soluções diferentes para problemas enfrentados da mesma forma por décadas. Felizmente, hoje já contamos com cases de sucesso, como a Eu Direto, UME, eMercado, Communy, Trocados, Onisafra, Manaós Tech, entre outras.
Essas soluções brasileiras nascem de necessidades identificadas localmente e podem levar vantagem principalmente na fase de pesquisa e identificação da real dor do público-alvo. Ou seja, quase todas as iniciativas que temos em Manaus são criadas por meio de problemas do dia a dia, das pessoas comuns, que procuram por facilidades para que possam levar uma vida melhor, em diferentes aspectos.
O ecossistema de inovação da Amazônia ainda está em desenvolvimento e estruturação, mas acredito que estamos no caminho certo. O incentivo local, a proliferação de novos agentes focados na inovação e as demandas geradas pelas empresas da região favorecem o fortalecimento das ações e dos resultados alcançados de forma ágil, com menos esforço e mais dinamismo. Essa tração impulsionada pelas startups traz visibilidade e norteiam os caminhos da inovação em Manaus e região.
* Daniel Goettenauer é especialista em Inovação do Manaus Tech Hub, iniciativa do Sidia Instituto de Ciência e Tecnologia com o propósito de contribuir com o ecossistema de inovação da região.