* Por Hector Gusmão
Inovação corporativa é um ciclo constante da busca pelo novo. Pode-se realizar inovação disruptiva ou incremental, em diferentes níveis de profundidade, porém sempre com o foco em solucionar desafios de uma forma diferente, que traga um novo olhar sobre os problemas que surgem. É também uma maneira de se posicionar à frente da concorrência, de se preparar para o futuro que necessariamente irá exigir mudanças, mais cedo ou mais tarde.
Uma pesquisa recente da McKinsey & Company, líder mundial no mercado de consultoria empresarial, aponta que 80% dos executivos das empresas tradicionais acreditam que seus modelos de negócios atuais estão em risco. Enquanto isso, a pesquisa da CB Insights, empresa especializada na análise de negócios e banco de dados global, afirma que 42% das startups fracassam porque não atendiam a necessidade do mercado.
A zona de conforto pode matar uma corporação, ou você é inovador ou você será descartado. A inovação, além de fazer algo novo visando resultados inéditos, é também fazer diferente algo que já é realizado no dia-a-dia, visando maior eficiência, produtividade e redução de custos. Com as constantes transformações digitais e mudanças de comportamento do consumidor é natural que ocorra uma corrida pela diferenciação e consolidação da atuação da empresa, e a inovação corporativa permite que essas companhias promovam estratégias para melhorar seu posicionamento no mercado, tanto pelo desenvolvimento de novos produtos, serviços e tecnologias, quanto por canais de distribuição, processos organizacionais, novas formas de competir ou cooperar, novos modelos de negócios, etc.
Por meio das ferramentas adequadas e de metodologias acertadas, a empresa que alcança a inovação tem mais possibilidades de ganhos nos negócios e reconhecimento de mercado, uma vez que ela passa a detectar os desafios com exatidão e identificar ou implementar a cultura de inovação. Isso abre o leque de atuação e amplia o network com startups nos mais diferentes níveis de maturidade, levantando oportunidades de apoio e mentoria por meio da apresentação de soluções que satisfaçam melhor o público e as suas expectativas.
Hoje além de ser possível, é extremamente necessário que as corporações tradicionais de décadas de história, também sejam inovadoras. Essa visão mantém a empresa à frente dos concorrentes, possibilitando o aumento de receita, redução de custos e maior eficácia em seus processos. É uma constante renovação, para se manter relevante. Um dos cases de sucesso é a Magazine Luiza, uma empresa “tradicional” até pouco tempo atrás, mas que abriu sua frente de inovação, adquiriu dezenas de startups e chegou a comprar até o Jovem Nerd, empresa voltada para conteúdo.
Muitas corporações querem iniciar o projeto de inovação aberta pelo matchmaking. Porém o crash cultural pode ser uma barreira intransponível. É importante preparar o terreno, conhecer seus desafios, seu mercado e trabalhar a cultura interna para receber o novo. Ter apoio externo é um bom começo, pois é muito difícil mudar a cultura estabelecida internamente sem um suporte e expertise de parceiros.
Um dos processos inovadores que podem transformar o dia a dia das empresas é a ação de digitalizar processos de backoffice, esse é um exemplo de como a inovação traz redução de custos. Conhecer e fazer negócios com retail techs pode aumentar as vendas da corporação em questão de meses e novas soluções de onboarding e treinamento de funcionários, pode trazer maior retenção de talentos a médio prazo. Também usar soluções de descarbonização ou de edutechs voltadas para a diversidade traz velocidade às metas de ESG das empresas. São inúmeras possibilidades que só dependem da disposição das empresas em dar o primeiro passo de início para inovar.
Não saber por onde começar, faz parte do processo, porém felizmente, existem soluções que contemplam tal necessidade, contribuindo para analisar, orientar, desenvolver e executar as ações necessárias para a inovação organizacional.
* Hector Gusmão é CEO da Fábrica de Startups.