A startup brasileira de inteligência artificial Adroit Robotics anunciou uma rodada de captação seed no valor de R$2,25 milhões. Os recursos serão utilizados para alçar voos mais altos, como a ampliação da área monitorada pela empresa, bem como para iniciar pesquisas do uso da tecnologia Leafsense em novas culturas além dos citros.
Segundo Angelo Gurzoni, diretor de tecnologia da empresa, comprovou-se que as funcionalidades dos sensores podem ser aplicadas a diversas variedades dentro da fruticultura. “Por essa razão já iniciamos os estudos nas culturas de café, manga e avocado através de parcerias estratégicas. A expansão internacional também faz parte de nosso planejamento”, explica.
A LeafSense é composta por sensores que geram imagens de altíssima resolução e que são enviadas para algoritmos que analisam tudo de forma individual, em detalhes. Otimizando a produtividade nos pomares com precisão árvore a árvore, fruto a fruto, contribuindo diretamente com o futuro da agricultura 4.0.
“Levamos uma visão abrangente do pomar. Quantidade de frutos, curvas de maturação (maduros ou verdes), diâmetros e taxa de queda no chão são apresentadas juntamente com informações sobre as plantas, como número de árvores ausentes e replantios, cubicagem (volumetria), altura das copas e presença de cipós e daninhas. O fruticultor também conta com acesso às imagens de alta resolução do pomar, georreferenciadas, atuais e históricas”, detalha.
Salto na atuação
Em atuação desde 2016, os números da startup impressionam. Hoje são 550 milhões de frutos em 23 milhões de pés monitorados pelos sensores Leafsense. Estes circulam acoplados aos diversos tratores que rodam os pomares dos 14 produtores atendidos dentro do cinturão citrícola de São Paulo.
“Foram quatro anos de aplicação de recursos e muitos desafios superados no desenvolvimento da nossa tecnologia, nos permitindo adequá-la a uma precisão conjunta e única de dados dos pomares, auxiliando nossos clientes em tomadas de decisões importantes no manejo, como por exemplo o ponto exato e logística de colheita, o nível de produtividade, através da estimativa do estágio de maturação e contagem dos frutos nos pés, entre outros”, afirma Gurzoni.
Como tudo começou
A AgriTech deu os seus primeiros passos no laboratório de robótica e inteligência artificial do Centro Universitário FEI em 2016, através de uma iniciativa dos sócios, Angelo Gurzoni, Plínio Aquino e Milton Cortez, todos engenheiros por formação. Posteriormente, entraram no negócio, Fabio Terracini, Luiz Filipe Olivan e Henrique Olivan, fechando o time principal com o ingresso posterior de Fábio Maeda.
Desenvolvida para captura de imagens com visão frontal, a tecnologia dos tratores foi pensada para se adequar aos desafios do campo “Por estarmos em um ambiente não controlado, estávamos cientes de que teríamos que adaptar nossa tecnologia para suportar todo o tipo de intempéries, como luminosidade, calor, umidade e relevo, adequando nossos serviços à rotina dos tratoristas já praticada nas fazendas”, finaliza Gurzoni.