* Por Rubney L. Belloni
A cultura de inovação é o termo do momento no cotidiano das empresas. Falar sobre inovação no mundo dos negócios no atual contexto tem sido essencial, pois nenhuma empresa quer se tornar ultrapassada, esquecida ou até mesmo perder a vez.
Estamos situados em um período de mudanças rápidas. Muitas organizações têm encontrado dificuldades ao se adaptar aos novos tempos e manter o seu negócio de forma sustentável.
De forma muito concreta, a inovação depende de alguns pontos importantes, mas deve-se partir de um estímulo, um ambiente 100% favorável ao novo e que não massacre o potencial criativo das pessoas envolvidas no processo. Não é sobre vender ou utilizar produtos modernos, mas esquecer o tradicionalismo e fomentar a cultura de inovação.
Como construir uma cultura de inovação
Como qualquer processo disruptivo, construir uma cultura de inovação não é algo simples. Elaborar um projeto de inovação envolve transformar ideias criativas em negócios, ou mesmo transformar produtos e serviços de forma que se tornem mais eficazes.
Existem 5 pontos úteis e práticos que podem ser aplicados em sua equipe:
Incentivar novas pesquisas
Quando realizamos pesquisas, adquirimos conhecimento novos, investigações, exploramos novas possibilidades, indagações e entrevistas.
Um bom empreendedor e inovador é um bom pesquisador, pois a pesquisa nos traz clareza e nos possibilita entender o cenário atual.
Quer ser um bom empreendedor? Comece pesquisando muito.
Quebrar obstáculos que sejam conservadores
Pode-se dizer que essa prática está relacionada àquelas atitudes nas quais precisamos “pensar fora da caixa”. O processo pode parecer complexo, mas aplicar algumas dinâmicas de brainstorming e retirar algumas crenças limitantes ajude a equipe a ser mais livre na obtenção de novos caminhos para a solução de problemas.
Estimular boas ideias
O papel do líder é primordial nesta fase, justamente porque ele deve explorar o melhor potencial criativo da equipe. O líder deve proporcionar que as pessoas tenham espaço para criar, é preciso estimular novas atitudes mesmo que as pessoas errem.
O erro é um aprendizado e no processo de criação de ideias o medo não pode ser um bloqueio para a equipe. Por último, mas não menos importante, é necessário ter uma rede de relacionamentos para fazer as devidas avaliações, pois não adianta ter inúmeras ideias criativas e inovadoras se não há nenhuma aplicabilidade prática.
Analisar e trazer métricas focadas nos valores
Independente da área de negócios, analisar os dados que indicam o comportamento de suas ações frente ao público alvo ou ao desempenho de uma equipe é imprescindível. Estabeleça objetivos, mas tenha muito cuidado, pois se os objetivos não estiverem tão claros, será muito complexo analisar as métricas que estão definindo o desempenho e performance das estratégias. Análises são extremamente necessárias, mas devem estar conectadas ao tipo de impacto que se deseja obter com determinada ação.
Possibilitar a criação de mudanças rápidas
Estamos em um mundo que reage rapidamente às mudanças, por isso, algumas empresas já estão trabalhando o conceito de Gestão de Mudanças. A gestão de mudanças existe para auxiliar os negócios a planejar suas transformações, ao invés de somente reagir a elas.
Desta forma a organização gera mudança competitiva, aumenta a lucratividade, aumenta a qualidade de vida da equipe, diminui os riscos, elimina gargalos entre requisitos e resultados, aumenta as possibilidades de inovação e beneficia a comunicação interna.
Acredita-se que, através destes pontos práticos, é possível criar uma cultura de inovação forte e focada!
Alguns empreendedores já se anteciparam com muitos conceitos e práticas. Um grande exemplo disso é o Murilo Gun. Murilo Gun é empreendedor, comediante, professor de criatividade e fundador da Keep Learning School. Em um de seus treinamentos diz que “organizações inovadoras existem porque há pessoas criativas organizadas dentro da organização”. Pode parecer um pouco redundante, mas a base da inovação é a criatividade.
Hoje se faz uma busca em trabalhar essa habilidade que é intrinsecamente humana e que foi atrofiada com o tempo. Com uma abordagem simples e um trabalho de desconstrução profundo, Murilo Gun ressalta ainda que “criatividade é a imaginação aplicada para resolver problemas”, ou seja, o ser humano em sua essência é um ser criativo, mas ao longo de sua jornada foi desaprendendo essa habilidade.
De fato, pode-se arriscar a dizer que a inovação é emitir nota fiscal a criatividade e com toda certeza, uma empresa que trabalha constantemente a cultura de inovação está preparada para o novo normal. As estatísticas, por si só, já nos dizem muito: Uma pesquisa da Pulso Empresa aferiu que entre das empresas fechadas na 1ª quinzena de junho, 39,4% encerraram permanentemente suas atividades por causa da pandemia. Cerca de 32,9% das organizações alteraram o método de entrega de seus produtos ou serviços, incluindo a mudança para serviços online. 20,1% lançaram ou passaram a comercializar novos produtos ou serviços desde o início da pandemia.
Vemos claramente que o profissional que empreende com eficiência e eficácia é o profissional que sabe se adaptar ao ambiente em que está inserido. Inclusive, nos momentos de crise podem surgir inúmeras oportunidades de negócio por uma demanda nova ou até mesmo reprimida. Quando a empresa envolve os seus parceiros neste movimento, os resultados surgem até mesmo na crise.
Não é de hoje, mas existe um dado bem interessante sobre a pesquisa da Global Talent Trends 2019 do LinkedIn destacando os cinco Soft Skills mais solicitadas pelas empresas:
– Criatividade;
– Persuasão;
– Colaboração;
– Adaptabilidade;
– Gestão do Tempo.
Existe um motivo muito claro para que esses cinco soft skills sejam os mais valorizados: As empresas precisam de pessoas criativas que pensem nas novas soluções do amanhã.
Portanto, se queremos uma empresa inovadora e pronta para se adaptar às mudanças externas criando novas oportunidades e entregando valor para a sociedade, o mínimo que deve-se realizar é investir em uma característica de trabalho mais horizontal, criativa, orgânica e intuitiva. Desta forma, haverá mais facilidade para implementar os processos internos que desenvolvam a cultura da inovação de forma gradativa e cirúrgica.
Rubney L. Belloni, tem 28 anos e é CEO na BLN Contabilidade. Possui Bacharel em Ciências Contábeis pela UNIP Assis/SP e MBA em Controladoria de Empresas pela UNIP Assis/SP. É professor, voluntário e conselheiro fiscal no Vozes | Instituto Gerando Falcões e voluntário na Casa de Acolhida Pietá – Núcleo São Paulo/SP.