“O ano só começa depois do Carnaval”. A frase já foi comum no Brasil, mas, há algum tempo, a aceleração da inovação e as novas demandas surgindo o tempo todo mudaram essa realidade, especialmente nas áreas de inovação e tecnologia. Ao longo dos três primeiros meses de 2024, foram realizados eventos importantes que discutiram, provocaram e apresentaram tendências nas áreas de tecnologia, inovação, marketing e vendas.
A partir de leituras e pesquisas, decidi mapear e colocar no papel os temas em comum discutidos em cada um desses encontros. Inteligência Artificial, envelhecimento da população, humanização, economia criativa, economia da atenção, ESG e a construção de um futuro mais sustentável são alguns dos temas abordados ao longo dos encontros que mencionei.
Como reunir todas as novidades em apenas um conteúdo seria difícil, optei por analisar e trazer os insights que considero mais relevantes de 3 eventos. São eles: a National Retail Federation (NRF), o Mobile World Congress (MWC) e, claro, o South By Southwest (SXSW). A seguir, trago alguns dos pontos que devemos ficar de olho no futuro próximo. Acompanhe.
National Retail Federation (NRF)
Em mais uma edição em Nova Iorque, nos Estados Unidos, o encontro falou muito sobre o comportamento do cliente e como a Inteligência Artificial e a recessão econômica devem influenciar o varejo nos próximos anos. O ponto que considerei interessante nessas discussões é a percepção de que as empresas precisam cada vez mais ter uma visão multidisciplinar ao traçar a estratégia de vendas.
Não basta olhar apenas para a forma como a tecnologia pode facilitar e otimizar a experiência do cliente, mas considerar o cenário econômico em que o mundo está inserido, além dos hábitos e interesses de cada pessoa, para compreender como o consumidor se comporta e quais são suas preferências.
Para lidar com essa situação, os grandes grupos varejistas apontaram a inovação “pés no chão” como caminho para a inovação. Ou seja, atuar de forma mais prática com soluções que tragam resultados reais para as corporações, incluindo algo mais empírico e futurista. Vamos esperar para ver!
Mobile World Congress (MWC)
Saindo dos Estados Unidos, vamos para Barcelona, na Espanha, onde o MWC incorporou seu DNA tecnológico e levantou pautas importantes sobre o futuro do mercado, especialmente a conexão entre marcas e empresas.
Neste ano, os presentes acompanharam um avanço nas discussões sobre o 5G e como ele pode atuar
na segurança e na coleta de dados, assim como apoiar as novas soluções que se tornaram famosas
nos últimos anos, como: IoT, IA, GenAI e Machine Learning.
O que me chamou atenção é que mesmo sendo um evento sobre tecnologia em sua essência, ele
destacou como é importante, quando pensamos em tecnologia, considerar a diversidade, a inclusão
e a humanização.
No caso da IA, falou-se muito sobre a necessidade urgente de humanizar a tecnologia e sobre como
as empresas deveriam acompanhar essa jornada para serem relevantes em seus mercados de
atuação.
Por exemplo, a “Annual Global CEO Survey 2024”, publicada pela PwC, mostrou que 41% dos CEOs
que responderam a pesquisa no Brasil (45% no mundo) não acreditam que suas organizações vão
sobreviver por mais de 10 anos se mantiverem o rumo atual. Já imaginou? A atualização acontece
cada vez mais rápido.
South By Southwest (SXSW)
Enfim, a última, mas não menos importante, a badalada SXSW 2024. O evento reuniu grandes nomes
do mundo corporativo, além de celebridades e atletas profissionais para compartilhar suas
perspectivas e trazer as tendências do mercado. E, mais uma vez, não decepcionou. Com vários
“eventos” dentro de apenas um, foi muito interessante acompanhar temas como descarbonização,
reciclagem, comportamento humano, tecnologia, IA e, claro, redes sociais.
O que eu mais gostei foram as discussões sobre “creator economy” analisando as diferentes formas
que as plataformas digitais e as marcas podem, por meio de seus canais com o público, ajudar a
promover questões e propósitos que vão além dos produtos.
Segundo dados compartilhados pela Goldman Sachs Research, o mercado de “economia de
criadores” está avaliado atualmente em mais de US$ 250 bilhões e tem a previsão de ultrapassar a
marca impressionante de US$ 480 bilhões até 2027. Então, como quem trabalha com conteúdo pode
aproveitar esse cenário promissor?
Em primeiro lugar, olhar para a estratégia e o planejamento, mas com certeza de uma forma mais
ampla. O estudo “Sprout Pulse” revelou que 63% dos profissionais de mídia social já tiveram ou estão
tendo burnout. Além disso, 42% dos profissionais de marketing planejam parar de trabalhar com
mídias sociais nos próximos dois anos.
Será que não é hora de revermos a forma como estamos atuando nesse segmento?
Então, o que podemos esperar dos próximos anos?
Como entusiasta e apaixonado por inovação e tecnologia, gosto bastante de acompanhar esses eventos, pois eles sempre nos mostram um debate sobre as prioridades e tendências de mercado.
Pelo que vi, estamos cada vez mais cuidando uns dos outros e preocupados com a forma como o trabalho está impactando não só o dia a dia dos clientes, mas também das pessoas que trabalham e desenvolvem conteúdo digital todos os dias.
Sempre acreditei que a tecnologia tem o potencial de mudar a maneira como vivemos, assim como a nossa rotina e os serviços utilizados, desde que ela seja utilizada com essa intenção. Potencial nós temos para isso e, pelo jeito, temos priorizado essas relações, especialmente quando pensamos na conexão entre marcas e pessoas, para criar algo que seja melhor para todos.
Vamos aguardar e continuar monitorando para ver o que será colocado em prática daqui para frente. Particularmente, eu acredito que bons ventos virão.
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