* Por Poliana Pires
Em uma era onde a inovação não é mais uma opção, mas uma necessidade imperativa, as empresas se veem imersas em um turbilhão de mudanças. Não mais restrita aos bastidores de empresas tecnológicas ou visionárias, a inovação é agora a pedra angular que sustenta o crescimento, a sobrevivência e a relevância em um cenário empresarial dinâmico. Num mundo onde dados, startups ágeis e a revolução da Inteligência Artificial convergem, a busca pela inovação tornou-se a trilha sonora das organizações modernas.
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No mercado financeiro, por exemplo, altamente orientado por dados e tendências, a IA generativa se expande com velocidade, tendo representado U$ 1,39 bilhão em 2022, e possuindo estimativa de valor equivalente a U$ 27,4 bilhões para o ano de 2032 (MarketResearch.Biz).
Neste cenário de mudanças rápidas, como líderes e agentes de inovação, somos convocados a desvendar os mistérios que envolvem a construção do amanhã, buscando uma cultura corporativa inovadora para os negócios. E quem pode responder melhor se um produto ou serviço é inovador e funcional é o cliente, que também irá definir o nível de sucesso de um empreendimento. O velho modelo de liderança não tem espaço na cultura de inovação. Construir uma cultura corporativa customer centric, ou seja, focada no cliente, é o ponto de partida.
Também é importante considerar uma cultura que envolva mudança de rotina, construção de equipe de alta performance, inclusão, quebra de hierarquia e profunda compreensão sobre onde a empresa quer chegar. Outro aspecto a ser considerado é a diversidade de gênero, cor, idade, classe social e formação.
Quando há anos a IDEO, empresa internacional de design, reuniu profissionais numa equipe multidisciplinar para repensar o carrinho de supermercado, criando um modelo que circula com mais facilidade, separa produtos em cestas removíveis e garante a segurança de crianças pequenas, nos trouxe um grande exemplo de inovação. Quantas mães não se preocupam com a segurança das crianças ou com o fato de que elas tentam pegar itens impróprios?
Também é essencial construir mecanismos para receber avaliação e ouvir os clientes. Uma das estratégias para que isso aconteça é recorrer aos processos de inovação aberta com o cliente. A LEGO, empresa de brinquedos de montar, adotou essa estratégia quando criou uma plataforma para receber sugestões para suas próximas coleções.
As mais votadas pelo próprio público da plataforma foram produzidas, trazendo coleções de Harry Potter, Friends e Big Bang Theory, que se tornaram sucesso de vendas. Outro exemplo notável de empresa tradicional que não possui base tecnológica é a Natura Startups, a partir do qual a companhia de cosméticos negocia parcerias com startups para desenvolver soluções sustentáveis e cumprir a meta, até 2030, de ter todas as embalagens recicláveis ou reutilizáveis. Ambas empresas conseguem ser inovadoras, embora não sejam do setor de tecnologia.
As startups, aliás, são parceiras indispensáveis na rota da inovação, pois sendo empresas criadas em ambientes de incerteza, com base totalmente tecnológica, domínio de inteligência artificial e entrega veloz de novos produtos e serviços, estão aqui para ajudar a criar soluções e aumentar a eficiência dos negócios – o que é especialmente importante em momentos de crise. Enquanto grandes companhias com foco em inovação adotam estratégias agressivas de M&A, adquirindo tecnologias e processos inovadores e trazendo líderes e funcionários com histórico de entrega e transformação, a inovação está ao alcance de todos, desde que haja uma avaliação profunda sobre o negócio, o mercado e o cliente.
Processos de inovação fechada (de dentro da empresa) e inovação aberta são uma opção para quem não irá fazer fusões e aquisições. Parcerias com startups do tipo venture client para a elaboração de projetos e soluções também podem ser interessantes, não deixando de fora a possibilidade da criação de projetos com universidades e institutos de pesquisa. Promover hackathons – eventos de competição abertos para a criação de soluções de negócio – são ainda outra alternativa. Tudo isso, sem dúvida, envolve uma mudança de mentalidade e perspectiva, investimento e trabalho colaborativo.
Gosto de dizer: se quiser ir mais longe, vá em grupo. Essa é a base da inovação corporativa – que não pode ser pautada por uma jornada solitária. O verdadeiro esforço colaborativo, que envolve pessoas de dentro e de fora da empresa, será responsável por trazer preciosas ideias e perspectivas. Quando resolvemos nos abrir para o novo, para o mercado, para os stakeholders, conseguimos buscar inspiração e aproveitar uma parcela de contribuição que cada um tem. Em última instância, inovar é aproveitar a diversidade de conhecimento e a experiência do ecossistema para conseguir alcançar resultados.
* Poliana Pires é Head de Inovação da Blip
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