A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga pirâmides financeiras que usam criptomoedas como isca aprovou na tarde da quarta-feira (23) a quebra do sigilo bancário dos atores Tatá Werneck e Cauã Reymond, e do apresentador Marcelo Tas.
Os três foram convocados na CPI para prestar esclarecimentos sobre propagandas feitas para a Atlas Quantum, uma pirâmide que gerou prejuízo de R$ 7 bilhões, mas não foram. Tatá e Reymond foram dispensados após conseguirem um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em nota, os advogados de Tatá disseram que receberam com profunda indignação a ordem de quebra de sigilo. Segundo eles, a atriz não praticou crime algum, e apenas participou de campanha publicitária cinco anos atrás, quando a Atlas Quantum era considerada sólida em seu mercado.
“Como artista, ela jamais poderia prever que a empresa se envolveria em fraudes anos depois. Admitir que os artistas sejam punidos por possíveis erros futuros de empresas para as quais tenham feito propaganda – e pelas quais sequer continuem contratados – significaria o fim da publicidade no Brasil. Ela jamais foi sócia, investidora ou participou dos lucros da empresa, motivo pelo qual considera a quebra de sigilo absurda e totalmente descabida para o que se pretende investigar na CPI”.
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123milhas na CPI
A CPI também aprovou a convocação e a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira, sócios administradores da 123milhas.
A 123milhas, conhecida por ser uma grande agência brasileira de viagens, está sendo investigada pela CPI porque, no final da semana passada, anunciou a suspensão da venda e da emissão de novas passagens da sua linha promocional. A decisão afetou milhares de brasileiros que compraram pacotes para os meses de setembro a dezembro de 2023 e não receberão o dinheiro novamente, apenas um voucher para usar numa próxima viagem.
“Com base nas informações disponíveis até o momento e na necessidade de esclarecer os fatos, é imperiosa a quebra de sigilo bancário e fiscal da empresa 123milhas, bem como de seus sócios e administradores, a fim de que seja possível analisar detalhadamente as transações financeiras realizadas nos últimos meses”, disse o deputado federal Ricardo Silva (PSD-SP), relato da CPI.
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