Adam Neumann é uma das figuras mais famosas e polêmicas do ecossistema global de inovação. O empreendedor nasceu em Tel Aviv em 1979 e, também por conta da dislexia, passou por algumas dificuldades de aprendizado na infância: ele só aprendeu a ler e escrever na terceira série. Em 2001, se juntou com sua irmã Ari – que já foi eleita Miss Israel – e se mudou para Nova York.
Foi nos EUA que a história de Adam se tornou um fenômeno global. Em uma entrevista ao TechCrunch em 2017, Neumann comentou que seus objetivos na cidade americana eram profissionais e de lazer, seu foco era “conseguir um ótimo emprego, se divertir muito e ganhar muito dinheiro.” Iniciando sua jornada acadêmica, matriculou-se na Zickling School of Business do Baruch College, um centro público que faz parte da City University of New York.
Deixando a faculdade em 2006, Neumann iniciou sua jornada como fundador de startups. Seu primeiro negócio se chamava Krawlers, e consistia em roupas para bebês com joelheiras para a proteção das crianças. Mas a vida de Neumann virou quando ele conheceu Miguel McKelvey, que juntos se tornariam os fundadores da WeWork.
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Os executivos se mudaram para o bairro do Brooklyn e praticavam sessões de brainstorming em busca de ideais inovadoras. Neumann então surgiu com a ideia de alugar mesas e áreas vazias para empresas externas, criando a Green Desk, que logo foi vendida pelos executivos, mas a ideia foi reaproveitada e assim nasceu um dos coworkings mais famosos do mundo.
Polêmicas de Adam Neumann: auge, queda e auge de novo
Enquanto ainda comandava a WeWork, Adam Neumann tinha o costume de andar pelo escritório descalço, além de proibir seus funcionários a se alimentarem à base de carne. Ex-colaboradores do executivo ainda comentam que era comum que Adam oferecesse doses de tequila e cigarros de maconha ao longo do expediente. A vida do excêntrico fundador chegou a ser contada em uma série produzida originalmente pela Apple TV+, nomeada de WeCrashed, e ele foi interpretado pelo ganhador de Oscar Jared Leto e, sua companheira, por Anne Hathaway.
A história da WeWork começou de forma positiva, gerando grande interesse do mercado logo nos seus primeiros meses em 2010. A empresa surgiu com uma proposta de disponibilizar espaços de trabalho para aluguel e distribuiu suas sedes por todo o mundo. Entre 2019 e 2020, o grupo de consórcio japonês, SoftBank, investiu cerca de US$ 10 bilhões, que elevaram seu valuation para US$ 47 bilhões.
Com os investimentos do SoftBank, a WeWork abriu os olhos do mercado e começou a se programar para abrir seu IPO. Na organização para abertura de capital, documentos entregues a órgãos regulatórios americanos começaram a chamar atenção. Eles contavam que haviam US$ 47 bilhões em obrigações de arrendamento futuro e mais US$ 4 bilhões em compromissos dos mesmos arrendamentos. Com isso, o IPO da empresa foi cancelado.
Em 2021, a WeWork voltou a receber atenção de mercado. Juntos, a empresa e o SoftBank fecharam um acordo para expandir suas operações para a América Latina, mas dessa vez o mercado seria controlado não mais pela WeWork, mas sim pelo SoftBank, e foi um sucesso. No mesmo ano, a empresa concluiu seu IPO, e arrecadou US$ 1,3 bilhão, com um valuation de US$ 9 bilhões.
Ainda neste ano, a WeWork – que não é mais comandada por Neumann – divulgou estar passando por “dúvidas substanciais” e já estruturou um plano para melhorar a sua saúde financeira, dizendo que sua capacidade de permanecer no negócio “depende da execução bem-sucedida” nos próximos 12 meses.
No segundo trimestre, a empresa reportou um prejuízo líquido de US$ 397 milhões, uma melhora em relação ao prejuízo líquido de US$ 635 milhões no segundo trimestre do ano passado. No geral, as ações da WeWork caíram 85% desde o início deste ano.
Adam Neumann e sua nova empreitada no mercado
Depois dos altos e baixos com o WeWork, o executivo anunciou ao mercado a Flow, sua nova empresa que ainda não tem muitos detalhes divulgados, mas que faz parte do mercado imobiliário. Logo em seus primeiros meses, a proptech levantou US$ 350 milhões do Andreessen Horowitz, um dos fundos de investimentos mais relevantes do mundo.
O aporte inicial já leva o valuation da empresa para US$ 1 bilhão, antes mesmo do lançamento da empresa. De acordo com o New York Times, esse é o maior cheque individual que o fundo já assinou para uma única rodada de investimentos. A empresa quer “repensar o mercado de aluguel de imóveis”, criando serviços e recursos comunitários.
O objetivo é que a startup seja lançada ainda em 2023, operando em mais de 3 mil apartamentos adquiridos por Adam nas cidades de Miami, Fort Lauderdale, Atlanta e Nashville.
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