* Por Caio Bretones
Os bancos digitais chegaram no Brasil em meados de 2010, mas, na época, smartphones e aparelhos mobile não eram tão disseminados entre a população e a conectividade ainda era bem restrita. Felizmente, o cenário mudou bastante desde então: hoje, o país e a população têm à disposição uma série de bancos digitais que oferecem os mais variados serviços financeiros na palma da mão e, em poucos cliques, fazendo com que o “os brasileiros tenham, em média, 5,2 relacionamentos ativos (leia-se contas) com diferentes instituições”, segundo dados mais recentes do Banco Central – o que faz com que o país ultrapasse o número de 1 bilhão de contas correntes ativas.
O número, claro, chama a atenção por si só, mas o fenômeno de bancarização dos brasileiros também. Parte desse fenômeno está associado ao Open Finance e Open Banking, que permite que dados pessoais sejam compartilhados entre as instituições – com o consentimento do usuário – e novos serviços financeiros personalizados sejam criados e oferecidos para os clientes. E, entre as novidades disponibilizadas, e que ganhou facilmente o público, está o PIX.
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A ferramenta de transferência de dinheiro e facilitador de pagamentos tem sido amplamente usada desde o seu lançamento, já que por meio de uma chave de segurança pré-cadastrada é possível fazer o envio e recebimento de dinheiro instantaneamente. Porém, tudo que é bom, infelizmente, também desperta o interesse de pessoas mal-intencionadas. O número de golpes e fraudes envolvendo PIX tem crescido bastante. Uma pesquisa da companhia analítica FICO mostrou que 22% dos brasileiros já caíram em golpes de pagamentos em tempo real.
E são diversas táticas usadas para essas ações fraudulentas, como ligações falsas para a verificação de informações do usuário, clonagem de conta em aplicativos de mensagem para extorquir dinheiro, clonagem do cartão SIM do número do celular, links e mensagens falsas que redirecionam o usuário para páginas fantasmas que capturam os dados, aplicativos espelho que podem ser baixados em lojas de apps, QR Code falso e muitos outros mais.
Bancarização e segurança
Para os usuários, a prevenção contra golpes desse tipo é redobrar a atenção e configurar chaves de segurança personalizadas. Os bancos digitais oferecem a opção de “Chave Aleatória”, com números e letras misturadas, que são difíceis de serem adivinhadas e copiadas pelos fraudadores. Outro mecanismo de segurança é a configuração de limites de envios de dinheiros por horário, definindo um valor máximo para determinada faixa horária, o que impede grandes movimentações em horários e circunstâncias de maior risco.
Do lado dos bancos, é fundamental reforçar a configuração de acesso do usuário ao aplicativo e suas funções por meio de opções como senha, token, login com duplo-fator, identificação de digital, reconhecimento facial para garantir a veracidade das informações. Nesse sentido, o investimento em ferramentas de onboarding digital e background check é fundamental para garantir a veracidade de todas as informações e documentos apresentados na criação de uma conta digital, promovendo segurança tanto para o usuário, quanto para a instituição financeira.
Para construir um ambiente financeiro digital seguro e confiável para todos, é fundamental que as instituições invistam em mecanismos de segurança digital e mantenham-se atualizadas em relação às ameaças cibernéticas para assim adotar medidas preventivas. Paralelo a isso, órgãos regulatórios precisam estar atentos à evolução das ameaças cibernéticas para criação de normas e regulamentações que visem, sobretudo, a proteção do consumidor e estabilidade do mercado financeiro como um todo.
A bancarização abriu margem para explorar inúmeras oportunidades, mas é preciso agir de forma segura. E não há segurança financeira sem investimento em tecnologia. Quando se trata de fraudes e golpes digitais, é preciso ter atenção a todo e qualquer detalhe, nenhum cuidado é demais.
Caio Bretones é sócio-fundador e CEO da Mobile2you, mobile-house especializada no desenvolvimento de aplicativos financeiros sob medida (tailor-made), com especialidade em fintechs e soluções digitais. A Mobile2you foi adquirida pela Dimensa Tecnologia, subsidiária da maior empresa de software da América Latina, a TOTVS em sociedade com a B3 S.A.
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