* Por Marco Oliveira
Nos últimos dias, o país tem acompanhado as notícias turbulentas sobre o caso da Americanas, que anunciou um “rombo” de mais de R$ 20 bilhões de reais e que resultou num pedido de recuperação judicial. Mesmo sem ainda saber detalhes do que de fato ocorreu, podemos entender que houve uma falha grave na governança da companhia – e vou explicar o porquê.
Adoção de práticas de governança representa uma maior transparência na gestão de uma organização, expondo a integridade ética, a equidade, a responsabilidade administrativa, o senso de justiça e a exatidão na prestação de contas (accountability) – pontos estes que parecem não estarem claros no caso da Amaricanas. É evidente que se deve também analisar a cultura de cada empresa e considerar os desafios para a criação de uma estratégia. Além de gerenciar novos riscos e se preparar para o futuro com um sólido planejamento, criando um verdadeiro diálogo e estabelecendo um relacionamento com colaboradores, parceiros, acionistas, investidores e clientes.
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Lojas Americanas e Governança Corporativa
De acordo com uma pesquisa apresentada pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), um dos maiores riscos de governança corporativa para as empresas entrevistadas está na falta de comunicação (59%) e de clareza (50%) na comunicação com seus públicos de interesse (stakeholders). A demora na divulgação de informações relevantes também foi levada em consideração (37%) e a falta de divulgação de prevenção, detecção e resposta de riscos de compliance (35%).
Mas, ainda acredito que a transparência constante das decisões a serem tomadas e a prestação de contas, que deve incluir responsabilidades financeiras, são essenciais para qualquer empresa, pincipalmente para àquelas de capital aberto, como no caso da Americanas. Dar a devida atenção, seriedade e profissionalismo a estes pontos, é um grande passo para fortalecer os laços entre as partes interessadas, garantindo que todos os envolvidos com a companhia não sejam “pegos de surpresa”.
A Governança Corporativa é a chave para criar confiança e mudar a maneira como todos enxergam o seu negócio, além de evitar inconsistências contábeis nos balanços. E, reforço, que toda e qualquer empresa deve estar atenta a esses pontos, desde o pequeno negócio, que quer sobreviver e crescer em um mercado cada vez mais competitivo, até as grandes corporações.
* Marco Oliveira é especialista em gestão estratégica de negócio com foco em Go-To-Market e sócio-fundador da O4B, empresa especializada em consultoria e soluções corporativas.
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