* Por Jéssica Lima
Zebra é um termo muito utilizado no futebol para se referir a quando um time teoricamente inferior vence uma partida (e nós estamos ouvindo muito isso em época de Copa). Mas não é só no esporte que equipes conhecidas internacionalmente, com histórico honroso e investimentos altos, nos surpreendem negativamente.
No mundo das startups, apesar de dados positivos sobre investimentos em early stage e de um cenário otimista para quem quer começar a inovar e empreender, nós terminamos o ano com um gosto ainda amargo das demissões em massa, apelidada por muitos de “crises dos unicórnios”.
Embora a expressão dê aos acontecimentos uma explicação bem mais apocalíptica do que sugerem os especialistas no ecossistema de startups, podemos começar a refletir se não são outro grupo de startups que está com a bola da vez.
Em 2017, quatro fundadoras de startups lançaram o grupo “Zebras Unite” para defender um modelo de crescimento mais orgânico da sua receita e com impacto positivo. Tudo isso sob o manifesto “As zebras consertam o que os unicórnios quebram”.
As zebras são startups que se propõem abertamente a ir contra o movimento dos unicórnios, visando um crescimento sustentável e colaborativo, mesmo que isso signifique demorar mais para crescer e captar investimentos. Chegar ao valuation de US$ 1 bilhão sequer é o objetivo principal dessas startups.
Se a afirmação é verdadeira, ainda é cedo para dizer, mas sabemos que esse parece ser o caminho que os investidores estão buscando ao olhar para as startups.
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Startups Zebras focam em sustentabilidade e impacto social
Uma avaliação mais criteriosa do fluxo de caixa, por exemplo, é algo esperado por parte de quem avalia os riscos em se investir em uma empresa. Tivemos, nos últimos anos, um momento de muitas apostas em grandes ideias, mas vai ser necessário mais do que isso para atrair olhares.
Segurança e cautela parecem ser mais importantes para garantir que o lucro virá, mesmo que de forma mais lenta. Além disso, as startups zebras parecem estar alinhadas com as tendências para os próximos anos, como o ESG, já que o impacto social e ambiental é muito importante para empresas nesse perfil.
Outra vantagem competitiva das startups com esse posicionamento está justamente no mercado de trabalho. Diversos estudos apontam para o fato de que as gerações mais jovens buscam trabalhar em locais com um propósito claro para o mundo e uma cultura interna de colaboração, e isso deve ser um fator extremamente importante para a retenção de talentos nos próximos anos.
Novos unicórnios ainda vão surgir e empresas que nascem a partir da inovação têm a capacidade de se reinventar, mas é visível que o ecossistema de startups ainda vai ter muitos caminhos – e animais – para explorar.
Jéssica Lima é formada em publicidade e propaganda, e somou sua paixão por escrever com outras habilidades para mergulhar no universo do marketing digital. Faz parte do time de marketing da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), ajudando a divulgar histórias de inovação de todo o País.
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