Pesquisa realizada em agosto pela PM3, escola de produtos digitais do Brasil, mostra que a combinação entre o alto número de oportunidades, boa remuneração e um setor em crescimento colocam a área de Produto (Product Management) em ascensão no mercado brasileiro. Estudo de carreira em tecnologia tem dados que apontam um crescimento nas faixas salariais que vão de R$ 12.001 até mais de R$ 30 mil para a profissão.
No recorte do cargo de Product Manager o aumento relativo foi ainda maior, com a média salarial saltando de R$ 10.056 em 2021 para R$ 13.056 em 2022, um avanço de 29,8%. Quando questionados sobre o nível de satisfação com o salário, a maioria dos entrevistados (43,4%) se diz contente e acredita ganhar em linha com o mercado. O destaque fica por conta dos Product Managers e Lideranças de Produto, que apontam um índice de satisfação um pouco superior à média: respectivamente 50,2% e 51,7%.
De acordo com Marcell Almeida, CEO da PM3, os dados indicam não apenas que o segmento de Product Management é promissor no mundo da carreira em tecnologia, como um aumento na valorização dos especialistas do ramo, que deve se fortalecer ainda mais nos próximos anos.
“As organizações estão entendendo que existem variáveis em torno da criação de um produto digital, que tornam complexo o processo de conectar os interesses do negócio à dor do usuário. Por essa razão, profissionais da área tendem a ser mais valorizados, principalmente se considerarmos uma função como a de Product Manager, que exige um perfil generalista e dotado de habilidades diversas”, explica.
Carreira em tecnologia em ascensão
Outros dados que comprovam o aquecimento do setor são sobre a quantidade de vezes que os profissionais da área de Produto fizeram entrevistas nos últimos meses: 43,7% dos respondentes sinalizaram ter participado de uma a três entrevistas nos últimos seis meses e 18,7% de quatro a seis.
“O mercado em alta não justifica que as pessoas fiquem pingando de empresa em empresa sem entregar resultados. Isso só vai prejudicá-las no longo prazo. Por outro lado, diante desse cenário de crescimento, as companhias precisam cada vez mais cuidar do ambiente corporativo para oferecer um bom lugar para trabalhar, construindo um cenário e uma cultura atrativas, que fomentem a retenção de talentos e atendam às expectativas e necessidades do time”, reforça o CEO da PM3.
Para Almeida, mais do que ser um chamariz de novos profissionais, o aquecimento do setor intensifica a necessidade das empresas criarem uma cultura organizacional para atrair e reter talentos, além de treinamentos para que as lideranças exerçam a sua função de maneira adequada. Nesse sentido, a pesquisa destaca a falta de desenvolvimento de carreira em tecnologia e lideranças ruins como os dois principais motivos que fazem as pessoas saírem das companhias, com, respectivamente, 27,2% e 23,8% das indicações.
Por isso, o CEO da PM3 realça a importância das marcas ficarem atentas às demandas de seus times. No estudo, os itens mais valorizados pelos respondentes que perseguem carreira em tecnologia, em relação ao emprego foram: benefícios e salário (19,8%), cultura da empresa (17,5%) e autonomia (14%). A escala é bastante parecida quando observamos o recorte de cargos dos profissionais, mas no caso das Lideranças de Produto, a cultura é o principal fator (18,4%) e os benefícios e o salário ficam em segundo lugar (17,5%).
De acordo com Marcell Almeida, a pesquisa fornece insumos importantes para que executivos entendam as expectativas e necessidades de quem atua em Produto, servindo como guia para o planejamento estratégico de 2023.
Mesmo com o crescimento do setor, a pesquisa também aponta a diferença da média salarial por gênero, sendo R$ 11.210 das mulheres e um valor R$ 13.618 dos homens, uma diferença bastante significativa de 21,4% que precisa ser observada e corrigida.