Não é difícil nos depararmos com discussões acaloradas ao nosso redor. Pode “parecer” que uns estão lutando contra os outros, mas, na realidade, existem comunidades que fazem parte da construção da vida de cada um de nós. Desde jovens buscamos nos aproximar de grupos de pessoas que possuímos uma maior afinidade e semelhança, com as quais nos sentimos confortáveis.
Segundo Piaget (1973), a cooperação constitui o sistema de operações interindividuais que permitem ajustar umas às outras as operações dos indivíduos. Sendo assim, as trocas interindividuais baseadas em cooperação representam o mais alto nível de socialização.
Ainda conforme Piaget, uma interação entre dois indivíduos, acarretando modificações duráveis, pode ser considerada como um fato social. São três os aspectos constitutivos dos fatos sociais: regras, valores de troca e sinais.
Os valores de troca caracterizam-se por tudo que pode dar vez a uma troca, como objetos utilizados pela ação prática, ideias e até valores afetivos, sendo considerados econômicos quando há quantificação, e qualitativos quando a troca não é calculada.
Já o sinal é o meio de expressão que serve à transmissão de regras e valores, como sinais verbais, a escrita, modo de vestir, ritos, etc. Quando pessoas se reúnem em favor de uma causa ou de um objetivo comum, cria-se aí uma “comunidade”, na acepção de Piaget.
A força das redes e do smartphone modificou a dinâmica social de modo irreversível, pois impactou o modo como agimos e interagimos. Conversar com alguém do outro lado do mundo nunca foi tão fácil, rápido, acessível e barato; ao mesmo tempo, conversar com alguém próximo ficou cada vez mais difícil, por conta da alta oferta de oportunidades e de informação disponível para o usuário.
Em um mundo globalizado, as comunidades são os espaços que criam valores e oportunidades por meio da interação entre seus membros, que debatem, opinam e se manifestam sobre um tema específico.
Mas como criar comunidades engajadas e assertivas?
Conteúdo relevante: o primeiro passo
O que une os indivíduos em torno de uma comunidade é o interesse mútuo entre eles, que nasce a partir daquilo que cada um compartilha com o coletivo. É a troca de conhecimento entre os participantes que conecta cada uma das pessoas em torno do propósito comum que fez nascer a comunidade.
Confiança como pilar determinante
Falando em valor, há neste caso o valor gerado para os participantes, e os valores que a comunidade defende. Esses valores combinados com o conteúdo, e a troca gerada por ele, constroem muito mais que relevância.
Falando em valor, há neste caso o valor gerado para os participantes, e os valores que a comunidade defende. Esses valores combinados com o conteúdo, e a troca gerada por ele, constroem muito mais que relevância.
Comunidade é uma maratona
Nesse caso, podemos expandir as possíveis vertentes de uma Comunidade: quando se cria um “branding”, quando adota-se um estilo de vida, consequentemente, uma Comunidade começa a crescer. Para isso, é preciso reunir pessoas e parceiros que compartilhem de valores semelhantes (ou no mínimo próximos), assim como embaixadores e “promoters” de uma marca.
Boas práticas dentro de uma Comunidade
Nesse caso, podemos expandir as possíveis vertentes de uma Comunidade: quando se cria um “branding”, quando adota-se um estilo de vida, consequentemente, uma Comunidade começa a crescer. Para isso, é preciso reunir pessoas e parceiros que compartilhem de valores semelhantes (ou no mínimo próximos), assim como embaixadores e “promoters” de uma marca.
Ouvir – fazer conexões com outras pessoas é ouvir pontos de vista diferentes e ter boas conversas. Ouvir é uma habilidade muito importante por si só, embora a maioria das pessoas pense que estão fazendo isso. Ouça ativamente e se envolva com o que os outros estão dizendo – você construirá relacionamentos e se sentirá bem. A escuta ativa é um exercício que deve ser praticado sempre que possível, demonstrando assim empatia com quem fala e proporcionando trocas realmente relevantes. Neste sentido, vale lembrar que algumas das primeiras comunidades civilizadas foram formadas em torno de discussões em ágoras, cuja função era permitir que aqueles que a ocupassem por alguns instantes fossem ouvidos por todos.
Contribuir – as comunidades sobrevivem e prosperam quando todos contribuem. Não se limite a entrar em uma comunidade para somente extrair algo e ver como ela pode servi-lo. Seja altruísta e não espere o mundo – pense em como você pode ajudar os outros ou adicionar algo positivo e, por sua vez, algo bom pode surgir dessas interações. E tente não usar a comunidade como plataforma de vendas diretas, pois isso tira valor do círculo de relacionamentos – uma abordagem mais adequada é estar disposto a resolver os problemas dos outros membros da comunidade que você é capaz de resolver.
Aceitar – agora isso é algo de que precisamos cada vez mais. Precisamos aceitar que nem todos têm as mesmas opiniões que nós sobre um determinado tópico ou assunto. Não necessariamente iremos concordar com tudo e ouvir diferentes opiniões faz parte da nossa formação. Aprender e buscar tirar o melhor proveito desses momentos é crucial para o nosso desenvolvimento. Aprendemos mais sobre nós mesmos e nossas idéias, também ouvindo os outros. A divergência na comunidade gera reflexões mais profundas e decisões mais razoáveis.
Formado em direito pela FUMEC, Rodrigo Casagrande é Community Manager da BHub, primeira startup de gestão por assinatura da América Latina. Antes disso, trabalhou no Gestão 4.0 e WeWork, além de escritórios de advocacia.