Enquanto muitos olham para a nova classe C, uma parcela das startups escolhe focar seus negócios no mercado de luxo brasileiro. É o caso da Dress & Go, serviço que possibilita o aluguel de vestidos para festa criados por grandes estilistas promovendo um consumo mais consciente das roupas. E, por consciente, quero dizer: deixar de pagar R$ 3 mil reais em um vestido de marca para uma festa específica, para alugar um por R$ 300 e devolver uns dias depois.
Ontem, sentei para tomar um café com Barbara Almeida e Mariana Penazzo, as duas idealizadoras do projeto, cujo site foi lançado em fevereiro deste ano. O Dress & Go funciona assim: as clientes buscam os vestidos que querem na internet e eles são entregues em sua casa, mas se quiserem podem ir a um ateliê montado em São Paulo para conferir as mediadas. “No site, nós tomamos o cuidado de colocar todas as medidas certinho, mas a cliente pode vir experimentar”, explica Bárbara. Em média, o aluguel custa em torno de 20% do preço que a cliente pagaria para comprar o produto no varejo.
Entre as marcas de vestido disponíveis estão Andre Lima, Reinaldo Lourenço, Carina Duek e Carlos Miele. “É tudo conversado com os estilistas. Nós compramos no atacado e queremos ter um bom relacionamento com eles”, afirma a sócia. Ela conta que o Dress & Go pretende funcionar como “porta de entrada” para muita gente que não conhecia alguns designers famosos. “Nós funcionamos como um test drive, então eles [os designers] aceitam bem a ideia.”
Segundo a cofundadora, o serviço começou com 30 vestidos disponíveis e hoje já conta com 200. Estão disponíveis produtos de coleções atuais e antigas, com a diferença no preço nos que já não são mais tão novos. Bárbara afirma que os vestidos estão todos em ótimas condições e que a ideia é fazer com que cada aluguel seja o primeiro. A cliente não precisa lavar o produto depois de usar, já que a própria startup faz esse serviço.
Todo o investimento inicial, para tirar a ideia do papel, veio das duas, que agora estão a procura de um novo sócio investidor, para escalar o negócio. “Queremos comprar mais vestidos e terminar o ano com 600”, afirma a cofundador do Dress & Go.
É a primeira vez empreendendo de Bárbara, mas Mariana já está na área a mais tempo. As duas têm um background no sistema financeiro e Mariana foi a cofundadora de uma startup de doces caseiros. As duas se juntaram e começaram a frequentar eventos da Endeavor, para discutir ideias de um negócio próprio. Segundo Bárbara, a ideia surgiu quando Mariana veio a sua casa pegar um vestido emprestado.
As duas sócias contam que um dos desafios envolvidos no negócio é mudar a imagem do setor de aluguel de vestidos, para conseguir levar o serviço ao mercado de luxo. “A nossa cliente não deixa de comprar. Ela sempre vai querer ter um vestido no guarda roupa, mas a gente possibilita que elas possam variam as opções nas festas”, completa Mariana.
Foto: Kris Krug/Flickr (Acesse o original)