O consultor do Invest Ottawa, Blair Patacairk, e o vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios do Triângulo Tecnológico do Canadá, W. T. (Bill) Elliot, membros da delegação do Corredor Tecnológico de Ontário (Canadá), estiveram na sede da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (ACATE), nesta segunda-feira (3), para conhecer empresas e soluções catarinenses e prospectar negócios entre os dois países.
Entre os principais atrativo do Corredor Tecnológico de Ontário, segundo Elliot, estão o baixo custo de tarifas e impostos, além da pouca burocracia. “Nosso imposto sobre a renda corporativa baixou para 15% neste ano, é uma das menores taxas do G7. Além disso, para se abrir uma empresa no Canadá há apenas um procedimento e somente cinco dias de espera”, conta. Espera-se que até 2015, haja redução de até 0% nas tarifas para manufaturados, o que criaria uma zona de livre comércio. De acordo com os membros da delegação, as possibilidades de negócios abrangem soluções de TI para diversos setores, além do mercado alimentício, automobilístico e de energia.
Participaram do encontro o presidente da ACATE, Guilherme Bernard, e o secretário executivo da entidade, Gabriel Sant’Anna, além do presidente da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), Gérson Schmitt, e representantes da Fundação CERTI e da empresa Reivax. No período da tarde, a delegação irá visitar as empresas Paradigma, Agriness, Inova SC e Fundação CERTI. Antes de voltar ao Canadá, o grupo estrangeiro ainda irá passar pelas cidades de Campinas e São Paulo.
O presidente da ABES apresentou o cenário e as principais tendências do mercado de software no Brasil, entre elas o SaaS, a consumeirização, as soluções para aplicativos móveis, BI e BigData. Schmitt mostrou semelhanças entre o mercado de TI e Telecomunicações no Brasil e no Canadá, que aparecem em posições muito próximas, no sentido da arrecadação. Segundo o presidente da Associação, o Brasil corresponde a 52,8% do mercado de TI na Amércia Latina, com predomínio de empresas pequenas, focadas na prestação de serviços (71%). Entre os desafios do mercado brasileiro indicados durante o encontro estão o combate à pirataria – que prejudica a criação de empregos e a arrecadação – e o desenvolvimento de políticas de defesa da propriedade intelectual.
Possibilidades
Segundo a delegação canadense, o mercado de TIC apresenta baixo risco e está em busca de investimento em inovação e comercialização, para ampliar parcerias para além do mercado com os Estados Unidos. Para Elliot e Patacairk, a relação entre o Brasil e o Canadá deve ser incentivada, não só entre empresas, mas também instituições de ensino e organizações governamentais. “Sabemos pouco sobre o Brasil e suas reais oportunidades de negócios, assim como pouco se sabe sobre o Canadá. Mas, contamos com um ambiente aberto à pluralidade cultural e uma população bem educada. Além disso, nossa posição geográfica também é favorável”, destaca Elliot.
O Corredor Tecnológico de Ontário oferece possibilidade de crescimento, ambiente de negócios de baixo risco e grande volume de créditos fiscais para P&D. O Corredor emprega quase 272 mil pessoas em cerca de 6.700 empresas na região da Grande Toronto, Ottawa, Waterloo, Cidade de Londres e Niagara. O polo atua em parceria com o Ministério de Comércio e Desenvolvimento Econômico, bem como com o Governo Federal, com o Ministério de Negócios Estrangeiros e Comércio Internacional do Canadá.
Para Patacairk, o Brasil apresenta um potencial diferenciado em relação aos países do BRIC, como a Rússia – sempre citada com maior destaque quando trata-se deste mercado -, mas é necessária maior aproximação, por meio de ações exploratórias como o encontro promovido pela ACATE. O consultor também afirma que é necessário haver precedentes, ou seja, boas histórias que sirvam de exemplo para que se criem expectativas realistas de negócios.