* Por Daniel Bilbao
Dos muitos impactos que a pandemia teve no comércio brasileiro em 2020, um para destacar é com certeza a tábua de salvação em forma de marketplace que foi lançada para as pequenas empresas tradicionais, enquanto tentavam fazer processos de transformação digital contra o tempo.
Uma pesquisa publicada pela EbitINielsen em agosto, afirmou que só de janeiro a junho os Marketplaces alcançaram um total de R$ 30 bilhões no primeiro semestre do ano. Isso quer dizer que aumentaram mais do 50% respeito a mesmo período de 2019, representando o 78% do faturamento total do e-commerce no País.
A acelerada dependência do comércio brasileiro pelos Marketplaces, colocou o tema da fraude de volta na primeira página, depois que em algumas regiões, como a norte, a taxa de tentativa de fraude atingiu 3,58%, tanto que nas regiões e no Norte, o índice de tentativas de fraude chegou a 3,58%. Valor muito alto se comparado ao índice geral de 1,50%, segundo a ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico). Isso mostra que agora é a hora de reconhecer exatamente quando ocorre a fraude e o que foi ou deveria ter sido feito para atacar ou prevenir preconceitos..
Machine learning para cuidar do negócio
Mesmo que expertos falemos sobre isso sempre, e todos os comércios online fiquem o dia inteiro lembrando para os compradores sobre a importância de cuidar os dados de acesso, o roubo de contas é ainda a fraude mais comum e difícil de comprovar.
Já conhecemos o típico caso do criminoso que pegou os dados de um cartão de crédito de qualquer pessoa, seja porque comprou as informações na deep web; ficou olhando a tela de uma vítima que estava sentada do lado no metrô quando ela comprava pela internet; ou conseguiu com ajuda de um malware informações relevantes de um dispositivo eletrônico desprotegido; ou através de phishing, fez dezenas de transações ilegais, e a pessoa dona do cartão fica exigindo chargeback pro e-commerce ou o banco por ter sido vítima de fraude.
Como o comércio ou a instituição verifica que aquela pessoa está dizendo a verdade?
– A validação da identidade dos usuários que visitam um site será o jeito mais seguro para você ter certeza de quem faz um pedido na sua loja é realmente a pessoa dona da conta bancária. Neste ponto não só falo de biometria e cadastro da imagem do rosto, também estou me referindo a análise no comportamento do usuário, que é o fato de sempre ficar de olho para questões como o navegador que é usado frequentemente pelo comprador, a velocidade com que digita, ou com detalhes de até quanta pressão põe quando toca na tela, e sim, isso é possível graças à inteligência artificial e machine learning.
– Treine a equipe de atendimento ao cliente para eles saberem identificar os sinais de alerta. Além disso, é preciso criar uma relação constante com o consumidor através de plataformas de atenção eficientes e práticas que sejam confiáveis nos olhos do usuário. O trabalho dos golpistas é estudar quais são as tendências na indústria antifraude para descobrir como violar sistemas de segurança cada vez mais sofisticados, e nosso dever é combatê-lo atacando.
– Inove e não copie as políticas de privacidade de outros e-commerce só porque pensou que por vender ou oferecer os mesmos serviços teriam as mesmas necessidades. Pode acontecer que seu negócio seja mais inclinado a um determinado fraude por receber pagamento via cartões de uma bandeira específica; ou na região onde mora o público alvo tem algum grupo criminoso que só opera nesse lugar: ou você aceita pagamentos através de carteiras digitais que tem seus próprios casos de fraude.
Minha maior recomendação para qualquer empreendedor principiante no setor do e-commerce é entender como funciona a fraude no mundo, no País, e na sua região, depois converse com outros colegas do setor ou até pode mandar um e-mail para mim. Finalmente, escolha uma solução que atenda às suas necessidades e por favor, não caia no erro de pensar que por ter começado apenas agora, seu negócio não está exposto.
Daniel Bilbao é CEO da Truora, em sua carreira decidiu criar um ecossistema na América Latina. Especificamente como embaixador da Agência de Empreendedorismo e Inovação do Governo Colombiano (Innpulsa) em San Francisco, como embaixador 4.0, ajudando a criar 3 startups, e como investidor anjo. Ele é formado pela Universidad de los Andes na Colômbia, e tem um MBA da Tuck School of Business.