A exibição de filmes em espaços abertos para espectadores motorizados surgiu nos Estados Unidos em 1933 e até 2020, existia apenas um remanescente desse modelo de cinema no Brasil, o Cine Drive-in de Brasília. Com a pandemia do coronavírus o modelo voltou à tona com novas tecnologias e parcerias com startups que garantem maior segurança para a população.
Um exemplo disso é o Arena Estaiada Drive In, localizado no Morumbi, em São Paulo, idealizado por Bob Dannerberg, que há 9 anos realiza, produz e vivencia o mercado de entretenimento e eventos em São Paulo e no Brasil, junto com seus sócios.
Com uma super tela de 16x9m, o espaço prevê, inicialmente, a capacidade mínima de 20 carros por sessão, e máxima de 100, estacionados em uma área de 5000m². São seis dias de exibições por semana, em sessões noturnas que reúne filmes clássicos ou da atualidade, e apresentações musicais.
O áudio da experiência é transmitido dentro do próprio veículo, em uma estação de rádio FM definida especialmente para a experiência.
“O projeto foi criado com o objetivo de proporcionar momentos de entretenimento nesse momento tão delicado que vivemos em isolamento social. Mas nossa maior preocupação sempre foi tornar a experiência segura. Aliado às recomendações profissionais e normas de segurança, priorizamos a distância mínima exigida para manter o isolamento e temos o cuidado de monitorar a temperatura corporal da equipe contratada, que sempre estará equipada com luvas, máscaras e protetores faciais. Também operamos em número reduzido de pessoas, sem nenhum contato físico com o público convidado”, destaca Bob.
Tecnologias e parcerias com startups
E é através da tecnologia e de parcerias com startups que a Arena Estaiada Drive-In tem garantindo maior segurança para seus clientes. Segundo Bob, devido às normas de segurança, a tecnologia se faz presente desde a compra da sessão até o fim da experiência.
Para começar, os ingressos são adquiridos com exclusividade na Ingresse, plataforma de experiências e marketplace de ingressos, que após receber um aporte de R$ 90 milhões, criou o primeiro fundo para financiamento de entretenimento ao vivo no Brasil.
Eles também fecharam uma parceria com a DPEN, startup criada em 2019, que oferece cashless para eventos e que se reinventou na crise para suportar as novas demandas do entretenimento com o lançamento da Dpen Touchless, um aplicativo PWA – progressive web app.
Com eles, a experiência começa na porta do evento, onde um totem faz a leitura dos ingressos dos participantes, sem que ninguém precise sair do carro, evitando a proximidade social.
Durante o evento, o cashless, um velho conhecido do consumidor que frequenta festivais, foi revisitado para ter uma melhor performance. Assim como aplicativos de comida, o público tem acesso ao cardápio de comes e bebes do drive- in e faz sua compra pelo celular. Feito um pedido, ele chega direto na cozinha e ao estar pronto, uma pessoa do staff, devidamente equipada com EPIs de segurança, vai até a vaga do carro entregá-lo.
Na sessão é proibido sair do carro para qualquer motivo, a não ser ir ao banheiro. Para isso, o participante precisa sinalizar, também via app, que precisa usar o sanitário e entra para uma fila virtual. Assim que a cabine estiver vazia e higienizada, ele recebe a liberação para ir até o local.
E como os eventos são feitos de pessoas, o Dpen também criou a função chat para que o público presente possa interagir entre si, comentando sobre o evento e fazendo networking. Ainda, qualquer problema ou sugestão que deva ser comunicado, um WhatsApp com a organização do Drive-in fica à disposição do público durante o filme.
Além disso, o Arena Estaida também fez parceria com a startup Visualfarm, ligada à tecnologia e responsável pela parte de projeções, audiovisual e conteúdos e a Cinerama Gourmet, empresa de delivery de pipoca de cinema que nasceu com a demanda da quarentena.
Diante do desafio de aumentar a escala de produção do negócio, os sócios do Cinerama repensaram o cardápio e trouxeram para o formato drive-in opções mais tradicionais e práticas, garantindo um serviço ágil conforme a demanda exige. Em seis dias de funcionamento no estabelecimento, a bomboniere totaliza em média cerca de 3 mil atendimentos semanais no local.
Os serviços são prestados de maneira segura e respeitando as regras governamentais e recomendações de saúde. “Todos os dias temos uma super tarefa de higienizar a nossa cozinha, e a equipe está totalmente equipada com EPIs para evitar qualquer tipo de contato com o consumidor”, destaca Antônio Oliva, sócio da startup.
“Quem trabalha com entretenimento tem a expectativa de entregar uma experiência surreal para o seu público. Não criamos expectativa para quantidade de público. Nos atentamos mais a qualidade do que a quantidade. Mas o resultado após a inauguração foi surpreendente: diariamente, temos o feedback de que a experiência é única e inovadora, e isso é confirmado com sold out de ingressos em todas as sessões”, comenta Bob.
O objetivo era manter as atividades do drive-in até o final de agosto mas, Bob conta que como estão se reinventando a cada dia e o sucesso do Arena Estaiada superou as expectativas, nada impede de prorrogar o espaço, criando novos formatos conforme o período. Tudo depende da demanda e de como a sociedade estará reagindo ao entretenimento nos próximos meses.