* Por Alexandra Avelar
As redes sociais estão em constante evolução e transformação. Em 2019 não foi diferente e 2020, com certeza, não será também. Pensando nisso, separei as principais tendências que irão moldar o ano das marcas e empresas nas mídias sociais no Brasil e em todo o mundo.
2019 foi o ano em que o TikTok explodiu e os influenciadores ganharam força, especialmente nos segmentos de beleza, moda, comércio eletrônico e automóveis. Neste ano, o TikTok vai acelerar seus planos de dominação global, bem como o marketing de influenciadores continuará a crescer e o social commerce enfim irá decolar graças, principalmente, aos esforços do Facebook para dominar todo o funil de vendas online.
TikTok: a ascensão do app chinês está apenas começando
Em outubro de 2019, o TikTok foi o aplicativo de foto e vídeo mais baixado na loja da Apple em todo o mundo e atingiu oficialmente 1 bilhão de downloads. Graças as suas agressivas campanhas de marketing e investimentos em expansão geográfica isso vai se intensificar em 2020. O app já é o anunciante número um no Snapchat e o número dois no YouTube, de acordo com a SensorTower, uma empresa de análise de marketing de aplicativos.
O TikTok também alavancou parcerias e influenciadores de celebridades para impulsionar o burburinho e gerar conteúdo viral. Para apoiar seu crescimento e expansão geográfica contínua, a marca está aumentando seus escritórios em Londres e Mountain View (CA) e recrutando talentos diretamente do Facebook, bem como da Snapchat, Apple e Amazon.com. Mas, apesar de todo o hype, o TikTok não deixa de ter alguma controvérsia.
O app tem usado vídeos populares enviados a sua plataforma como parte de sua campanha promocional externa em andamento. O problema é que os criadores desses vídeos não foram informados de que seu conteúdo está sendo usado nesses anúncios – e eles também não estão sendo recompensados por isso. De um jeito ou de outro, o TikTok é a plataforma para assistir em 2020. Não por acaso, o Facebook reconheceu seu sucesso e lançou o Cenas (ou Reels, em inglês) dentro do Stories do Instagram.
Influenciadores: um negócio de US$ 10 bilhões
Os consumidores estão cada vez mais buscando opiniões e vozes confiáveis ao tomar decisões de compra. Isso criou uma grande oportunidade para influenciadores e empresas se unirem para criar conexões autênticas com o público. Grandes marcas de consumo em beleza, moda, comércio eletrônico e automóveis se concentraram no marketing de influenciadores em 2019 e descobriram que seus esforços impulsionaram os negócios e mudaram os resultados.
Espere que eles aumentem seu investimento e ajudem a fazer do marketing de influenciadores uma indústria de US$ 10 bilhões já em 2020. De acordo com dados da Socialbakers, no último ano: os anúncios patrocinados por influenciadores cresceram mais de 150% O número de influenciadores que usam o #ad (para denotar patrocínio) mais que dobrou. Já os microinfluenciadores se tornaram mais importantes e agora compõem a maioria dos influenciadores (mais de 88% do total na América Latina são microinfluenciadores).
Outro ponto é que os Stories serão a principal ferramenta de conteúdo, se firmando definitivamente no ecossistema. O formato é oferecido, com consumo rápido e constante, por todos os grandes players do mercado e tem surgido em cada vez mais plataformas. O uso dos Stories cresceu 21% este ano, segundo a Socialbakers. Pelos Stories, influenciadores e marcas podem aumentar sua visibilidade sem poluir o feed tradicional. É o formato ideal para promoções temporárias e para vídeos mais despreocupados, como aqueles de bastidores do escritório e da produção.
Social Commerce: Facebook quer dominar funil de vendas
A família de aplicativos do Facebook – WhatsApp, Facebook Messenger, Instagram etc. – já oferece ferramentas de vendas, atendimento ao cliente e gerenciamento de comunidade, para que toda a atividade de funil de marketing – da descoberta do produto ao atendimento ao cliente pós-compra e evangelismo – possa acontecer nas redes sociais. O Instagram Shopping, por exemplo, oferece às empresas uma vitrine imersiva para que as pessoas descubram e explorem produtos, bem como um link para compras
Além disso, o Facebook está até lançando sua própria criptomoeda, a Libra, bem como anunciou uma nova experiência em realidade virtual, a Horizon. A Libra é uma tentativa de fazer o que o bitcoin nunca conseguiu: tornar-se popular e fácil de usar. Utilizar uma moeda digital em vez de um cartão de crédito dá mais flexibilidade e escala para o serviço, sem que ele perca a segurança ou a privacidade oferecidas pela experiência de compra com o cartão de crédito convencional.
E é animador ver o Facebook levando a realidade virtual para o mercado com o Horizon. Apesar de a tecnologia ainda estar em seus primeiros dias, ela tem o potencial de oferecer às marcas uma nova e empolgante forma de levar consumidores em uma jornada de contato com produtos, usando técnicas de inserção e de interatividade no mundo virtual, que culmina na finalização da compra.
Tudo isso nos dá confiança de que o ano de 2020 pode ser o ano em que o comércio social vai decolar à medida que mais e mais clientes fizerem compras diretamente de plataformas de mídia social, ao invés de irem para o aplicativo de um site de compras ou para uma loja online depois de descobrir um produto nas mídias sociais.
* Alexandra Avelar é Country Manager da Socialbakers, com quase 20 anos na indústria de tecnologia com uma sólida experiência em marketing e vendas na América Latina