A Certus Software, startup de gestão industrial, anunciou que recebeu um aporte de R$ 1 milhão. Participaram da rodada a Bossa Nova Investimentos, Poli Angels e Esdanio Pereira, ex-diretor da Randon. Fábio Ieger, CEO da Certus, informa que o valor recebido será destinado para ampliar o quadro de colaboradores, bem como para aumentar a oferta de crédito para pequenos e microindustriais.
“O objetivo é entregar crédito mais barato para as pequenas indústrias e melhorar nossa tecnologia para aumentar a base de clientes”, ressalta. Ieger ainda destaca as áreas que terão maior foco de contratação. “Serão cerca de 50 vagas para as áreas Comercial, Marketing e Desenvolvimento Tecnológico”, completa.
“Além da robustez da solução de software de gestão empresarial (ERP) da Certus e expansão recorrente da base de clientes, colaborou para a decisão de investimento a visão de futuro agregando serviços financeiros. A empresa tem potencial para se tornar a fintech líder no segmento industrial”, justifica Rozallah Santoro, da Poli Angels, que liderou os investidores nesse aporte.
História da Certus
Há mais de um ano, a Certus, que desenvolveu um ERP voltado para indústrias de pequeno porte, vem oferecendo crédito a este setor por meio da modalidade de antecipação de recebíveis. Dados do SEBRAE de 2019 apontam que 82% das pequenas indústrias fecharam as portas por falta de gestão ou de capital. A pandemia de covid-19 em 2020 agravou essa situação e muitos empreendedores se queixaram da dificuldade de acesso ao crédito para manter suas atividades durante a quarentena imposta pelo poder público.
A antecipação de recebíveis funciona como a antiga duplicata, só que pela plataforma da Certus pode ser feita totalmente de forma digital. Basta ao interessado informar o CNPJ, a Inteligência Artificial faz análise de crédito e em 15 segundos recebe uma notificação de aprovação ou não. Caso seja aprovado, já é liberado um limite para ele começar a antecipar. “A partir do momento que ele tem essa aprovação, o empreendedor pode enviar as notas fiscais e o sistema aprova o crédito também para quem ele está vendendo e, após autorização, em até 30 minutos o dinheiro está na conta dele”, detalha Ieger.
Para agilizar ainda mais a liberação do dinheiro, a Certus está incluindo o PIX para que a transferência aconteça na hora. “A ideia é que no momento em que ele enviar a nota fiscal, o dinheiro já esteja na conta. Atualmente o prazo liberação é de 30 minutos, que já é o mais rápido do mercado, pois outras instituições só liberam de um dia para o outro”, comenta.
Ieger afirma que a Certus preferiu focar seus negócios na pequena e microindústria por dois motivos. Primeiro porque o ticket médio de uma indústria é muito maior que o do varejo. “Para efeito de comparação, seria necessário ter de 10 a 20 varejistas contratando antecipação de recebíveis em relação a uma indústria”, justifica.
Em segundo lugar, o empresário acredita que o maior desafio da Certus é qualificar a pequena indústria em termos de gestão. “Hoje se fala muito em indústria 4.0, em automação, mas tem muito empreendedor que não tem o básico de gestão. Se o empreendedor tiver uma ferramenta que consiga reduzir pela metade essa mortalidade de 82% apontada pelo SEBRAE, imagine quantos empregos serão preservados e gerados, o bem que será gerado na economia como um todo”, questiona.
Segundo Ieger, o Brasil tem 423 mil indústrias de pequeno porte. Se forem somadas as microindústrias, é possível chegar a um milhão de pequenas e microindústrias. “Hoje temos como clientes pouco mais de 300 mil indústrias, portanto há bastante espaço para crescer”, finaliza.
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