A cloud humans, plataforma que conecta profissionais autônomos a empresas que desejam terceirizar atividades comerciais e de relacionamento, levantou uma rodada de investimentos de R$ 6,3 milhões, liderada pela firma de venture capital Canary.
A rodada contou com a participação de investidores-anjo conhecidos no ecossistema, como Paulo Silveira, fundador e CEO do grupo Alura, Fabien Mendez, fundador da Loggi, Marcelo Sampaio, fundador da Hashdex e Sergio Souza, CEO da G4S no Brasil e ex-CEO da Teleperformance no Brasil.
Fundada por Ian Kraskoff, Bruno Cecatto e Felipe Serra, que tiveram passagens por empresas como Uber, Loft, Rappi e Truora, a startup começou a operar em setembro de 2020 e já tem mais de 1,7 mil profissionais em seu banco de talentos, de olho em um mercado de terceirização avaliado em US$ 39 bilhões na América Latina, segundo números da indústria.
Com clientes como Loft, Rappi e Creditas, a cloud humans conecta empresas a micro-empreendedores que executam funções específicas e essenciais de relacionamento e vendas, como qualificação de potenciais clientes, agendamento de visitas, ativação de clientes e vendas de ciclos curtos.
Com apoio de tecnologias próprias e de um modelo de alinhamento de incentivos, a cloud humans consegue ajudar as empresas a terem eficiência e produtividade até 50% maiores nessas áreas, com times de 4 a 300 pessoas. “Ao alinharmos os incentivos, possibilitamos que profissionais produtivos consigam ganhar mais e impactar diretamente os resultados das empresas”, diz Ian Kraskoff, cofundador e CEO da startup. “A tecnologia, por sua vez, permite a redução de tempo gasto com atividades ineficientes”.
Para os profissionais cadastrados que testam e ficam na plataforma, o tempo de dedicação média aos projetos em que estão envolvidos é de 15 a 21 horas por semana, conquistando uma renda líquida extra mensal de R$ 1,3 mil a R$ 1,7 mil, na média. As comissões variam conforme a empresa e o serviço prestado, bem como de acordo com a performance nos projetos.
Atualmente, os freelancers têm chegado à startup por indicações de rede ou por meio de parceiros e influenciadores. Mesmo sem investimento em comunicação, entre 70 e 100 pessoas têm se inscrito semanalmente para trabalhar na plataforma. “Muitas pessoas têm procurado formas flexíveis e remotas de complementar sua renda, principalmente dentro do contexto de pandemia”, diz Kraskoff. O pagamento do serviço é feito pelas empresas à cloud humans, que repassa o valor aos freelancers. Estes, por sua vez, remuneram a cloud humans com uma comissão.
“Garantir produtividade hoje é um desafio para muitas empresas e gostamos muito da maneira como a cloud humans resolve este problema, conectando clientes a profissionais autônomos, com uma relação de trabalho flexível e eficiente e gerenciamento apoiado por uso de tecnologia. A experiência prévia dos fundadores na construção de operações robustas é algo que nos chamou bastante a atenção também; acreditamos que Ian, Cecatto e Serra têm tudo nas mãos para criar um negócio de peso e escala”, afirma Marcos Toledo, sócio da firma de venture capital Canary.
Founders saíram de startups para empreender
Antes de empreenderem, Kraskoff, Cecatto e Serra já tinham trabalhado juntos: os três faziam parte do time que lançou o Uber Eats no Brasil. Atuando nas áreas de logística, vendas e operações, eles ajudaram o aplicativo de entrega de refeições a crescer 20 vezes no Brasil em um intervalo de poucos meses.
A vontade de criar um negócio de impacto e escalável fez o trio buscar novas experiências em startups para aprender o máximo possível sobre o ecossistema. Kraskoff foi para a Loft, onde foi diretor de aquisição de imóveis e terceirização. Bruno Cecatto foi gerente geral da Truora no País, enquanto Serra trabalhou como head de operações da Rappi no Brasil.
As experiências prévias do trio com a área de vendas e com a implementação de equipes internas e externas ajudaram a definir o modelo de negócio da cloud humans, sendo um diferencial valioso para as empresas com projetos no ecossistema. “Sabemos como é estar dos dois lados e isso nos tem ajudado bastante a atrair empresas e profissionais”, conta Kraskoff, que trabalhou com vendas porta a porta em 2015 e desde então queria atuar para empoderar as pessoas que estão na linha de frente.
Com o investimento recebido agora em dezembro, a cloud humans pretende aprimorar sua tecnologia para entregar uma solução que garanta ainda mais produtividade e eficiência para os clientes, o que consequentemente aumenta a renda dos profissionais cadastrados em sua base de dados.
Atualmente, a startup já disponibiliza informações aos profissionais para que consigam maximizar seus ganhos. O próximo passo é aprimorar e desenvolver novas tecnologias que reduzam ineficiências sistêmicas como o tempo gasto para números que não existem ou não atendem. “As empresas estão renovando seus projetos porque veem mais fechamentos por hora e melhores taxas de conversão, que por consequência reduz seus custos de aquisição. Conforme potencializamos isso, desenvolvemos um sistema mais vantajoso para todos: as empresas terão resultados melhores e os profissionais, comissões maiores”, comenta Kraskoff.
Outra meta é ampliar o time já no próximo mês para aumentar a capacidade de gerenciamento dos projetos. Hoje o time tem 14 pessoas, mas o objetivo é chegar a no mínimo 25 pessoas entre Março e Abril. As principais contratações devem acontecer nas áreas de tecnologia e operações.
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