A MSW, gestora carioca de capital de risco, anunciou um novo fundo de R$ 100 milhões chamado MSW Multi-Corp II, focado em empresas de base tecnológica e em estágio inicial. Seguindo o modelo de corporate venture, a gestora atua fazendo a intermediação entre grandes empresas e startups.
Fundada em 2000, a MSW nasceu como uma boutique de assessoria em valuation e gestão de Valor. Três anos depois, a empresa começou a atuar com programas de formação de líderes empresários (PDE) para corporações. Em 2008, a MSW também olhou para o mercado de M&A e começou a atuar em projetos da área a fim de contribuir com a evolução dos negócios dos clientes, o que a levou à posição, em 2012, como gestora de recursos.
Com o aprendizado dessa jornada, em 2015, a gestora assumiu o posicionamento de gestão de fundo multicorporativo no venture capital. Desde então, ela trabalha com corporações que queiram começar a desenvolver uma competência ou uma área de venture capital, mas que ainda não possuem braço para isso. Portanto, os investimentos em startups desenvolvendo seus Programas de Corporate Venture Capital.
Em entrevista ao Startupi, Richard Zeiger, sócio da MSW, contou que a empresa segue dois propósitos. “O primeiro é atuar no sentido de transformar as startups em negócios sustentáveis, independentes e que cresçam de forma saudável”. E o segundo é o trabalho com corporações, que, segundo o empreendedor, também é seu diferencial. “A gente se especializou em, cada vez mais, ajudar as corporações a investirem em startups”, complementou.
Foi assim que nasceu o primeiro fundo da gestora, o BR Startups. Richard contou que foram 16 startups investidas – dentre elas estão a fintech Olivia e Quero Quitar, o clube de saúde e bem-estar Yalo, a agritech TBIT, e as edtechs Árvore e VOA Educação.
Ele destacou que a gestora olha para negócios que tenham sinergia com as empresas investidoras para que possa ser disponibilizado outros benefícios além do capital para as startups. “Vamos colocar capital, mas também precisamos colocar alguma competência dessa corporação – que é o investidor do nosso fundo – a serviço dessa startup como geração de valor”.
O MSW Multi-Corp II, lançado agora, seguirá a mesma filosofia e investirá em startups que tenham sinergia com os cotistas do fundo. Sem revelar os nomes das corporações que estão por trás do novo fundo, Richard revelou em quais segmentos estão de olho: fintechs, insurtechs, logtechs, healthtechs, edtechs, marketplaces, energia, foodtech, Indústria 4.0 e ainda startups da área de telecom e TIC (Tecnologias da informação e comunicação).
Para esses investimentos, o ticket médio será entre R$ 2 e R$ 5 milhões. Para engajar a relação entre corporação e startup, Richard revelou que a MSW trabalha com projetos diferentes e que vão desde mentoria, passando por projetos que envolvam contratação para prestação de serviço, codesenvolvimento de solução, até a possibilidade da abertura de um canal comercial, por parte da corporação, para a startup atual.
Sobre o que brilha os olhos da MSW em relação a investimentos, Richard destacou o privilégio de trabalhar com empreendedores e executivos que buscam a inovação de suas empresas. “É muito gratificante poder atuar com um time de empreendedores que sonha grande e quer transformar o mercado que atua, e que de alguma forma queiram receber também, além do recurso financeiro, o capital intelectual provido pela experiência de mercado que os executivos das corporações adicionam”, finalizou.
Corporate venture em grandes corporações
Falando sobre os desafios de lançar o MSW Multi-Corp II durante a pandemia, o empreendedor contou que apesar das dificuldades iniciais a gestora já pensa em médio prazo e enxerga um cenário positivo já que a perspectiva é que cada vez mais as grandes corporações tenham um braço, uma atividade de corporate venture.
“As corporações já perceberam a necessidade de ter uma estratégia de inovação que contemple o que ocorre do lado de fora da companhia. Uma forma para melhor aproveitar a Inovação Aberta e capturar outros tipos de ganhos, é ter um Programa de corporate venture capital que crie para a Corporação uma condição diferenciada de: aprendizado, de transformação de cultura e de entendimentos de novos modelos de negócios e tendências. No entanto, para fazer isso, não basta contratar as startups, é necessário investir nelas de forma estruturada”, explica Richard. “Como nossa experiência vem de M&A e Educação, criamos a tese de multicorporate venture capital no Brasil com o objetivo de trazer corporações de diferentes segmentos para fazer venture capital com a gente e apoiar os empreendedores que investimos”, finalizou.