Durante a pandemia, grande parte das empresas foram estimuladas – e, até mesmo, “obrigadas” – a disseminar o mindset de inovação dentro de suas operações. Mas, o desafio de implantar esse pensamento, de forma que gere impacto nas mais diversas unidades de negócio, foi um tanto quanto complexo, no entanto, deixou algumas aprendizagens para o próximo ano.
Para César Costa, head de Inovação Corporativa da Semente Negócios – empresa de aprendizagem empreendedora – inovar provoca mudanças, muitas das vezes, radicais no modus operandi das empresas. “É natural que as organizações as rejeitem. No entanto, o que ninguém esperava era ter que fazer isso à força e em pouquíssimo tempo. Logo, a inovação, que é frequentemente vista como um vírus que busca espalhar-se, passou a ser o sistema imunológico que expulsa a tradicionalidade”, explica.
Ainda de acordo com o especialista, para que haja um ambiente propício para que as pessoas consigam promover um ecossistema corporativo inovador sustentável é fundamental haver, dentre diversos outros fatores, o apoio das lideranças da empresa na linha de frente. Costa ainda afirma que as empresas que quiserem se destacar em 2021 devem absorver o conceito de que a inovação deve ser estimulada a partir da cultura adotada pela organização e que esta deve estar em constante movimento.
“Falhar deve ser visto como aprendizado, porém há metodologias de Customer Development, Lean Startup, Design Thinking, Business Model Canvas e, é claro, o Caminho Empreendedor e Corporate-Up – Metodologia da Semente – que traz resultados não só qualitativo, mas também quantitativo para as companhias que desejam se tornar mais inovadoras no próximo ano”, exemplifica César.
Ao longo de anos apoiando tanto startups quanto corporações, César Costa identificou 14 princípios que facilitam o processo de inovação dentro de corporações. São eles:
– Disseminar a inovação lentamente, para ir se espalhando pela instituição;
– Dar autonomia aos times (com direcionamento, responsabilidade e confiança);
– Inovação corporativa deve ser um processo descentralizado e transparente;
– Focar no problema a ser resolvido e na experiência do cliente antes de pensar em solução;
– Cultura e processo de inovação devem caminhar juntos;
– Aprender é mais importante do que construir;
– Pequenos passos são mais promissores do que grandes apostas;
– Funding gradual é mais saudável do que alto funding inicial;
– Ter metodologia e processo torna o processo menos arriscado;
– Envolver clientes em todo o processo de transformação;
– Tratar funcionários como clientes e processo de inovação como produto para conseguir efetivamente vendê-la internamente;
– Inovação corporativa deve ter direção, metas e KPIs específicos;
– Metas do business as usual são diferentes das metas de inovação.
– Cada organização tem seu próprio modus operandi, portanto, prescrever o que cada empresa deve ou não fazer é um tanto quanto inapropriado.
“Em 10 anos de experiência atendendo as mais diversas empresas do mercado, tais como Mercur, Natura e Randon, identificamos que esses princípios fazem sentido para que o processo de inovação corporativa aconteça de forma eficiente, reduzindo gradualmente os riscos e tornando-o perene no longo prazo”, enfatiza Costa.