No fim de semana, Paddy Cosgrave anunciou que estava renunciando o cargo de CEO do Web Summit, maior evento de tecnologia. A decisão foi tomada em consequência das polêmicas após seus comentários sobre a guerra entre Israel e Hamas. Agora a organização confirmou ao TechCrunch dois novos desenvolvimentos na história.
Primeiro, Cosgrave se afastou de qualquer função executiva e oficialmente de sua posição no conselho. Mas ainda possui 80% dos negócios do Web Summit, que continua sem um novo CEO e está sendo administrado por um comitê executivo.
Em segundo lugar, a organização informou ao mercado que o evento em Lisboa, em novembro, e o evento no Qatar, em fevereiro de 2024, segue adiante. O objetivo é mostrar ao mercado que eles seguirão em frente após a polêmica. Além disso, afirmaram que alguns participantes que declinaram o convite para participar de Lisboa, voltaram atrás e estarão presentes.
“O Web Summit está em andamento. Teremos mais de 300 parceiros chegando. Alguns parceiros que estavam deliberando voltaram e reverteram sua decisão”, disse um porta-voz. Ele disse que aqueles que disseram que voltariam seriam anunciados “no devido tempo”.
Algumas das empresas de destaque que desistiram de participar do evento são Google/Alphabet, Meta, Intel, Amazon e Stripe. Indivíduos que se manifestaram contra a participação nos eventos do Web Summit incluem Keith Rabois (Founders Fund), o empresário e investidor fintech David Marcus, Garry Tan (Y Combinator) e Adam Singolda (Taboola), entre muitos outros.
Os organizadores da conferência disseram que agora esperam até 70 mil participantes, e que 50 palestrantes foram adicionados na última semana, além de 2.600 startups e 800 investidores.
Acesse aqui e responda ao Censo Investidores 2023! Queremos ouvir você!
O que aconteceu com o Web Summit?
No dia 7 de outubro, o grupo radical islâmico Hamas atravessou os muros de Israel e invadiu aldeias, cidades da região sul israelense e um festival de música e matou 1.400 pessoas. Eles também levaram cerca de 200 reféns para Gaza. As vítimas fatais da guerra, palestinos, israelenses e estrangeiros, já somam mais de 4 mil pessoas.
Enquanto alguns recorriam às redes sociais para expressar choque, simpatia ou defender Israel, Cosgrave também se posicionou. “Estou impressionado com a retórica e as ações de tantos líderes e governos ocidentais, com a exceção particular do Governo da Irlanda, que pela primeira vez estão fazendo a coisa certa. Os crimes de guerra são crimes de guerra mesmo quando cometidos por aliados, e devem ser denunciados pelo que são“, destacou Paddy Cosgrave na sua conta do X, antigo Twitter.
Antes de publicar um posicionamento oficial, Paddy se defendeu das acusações de que estava ao lado do Hamas e “apoia a decapitação de bebês”. Ele as considerou “uma mentira absoluta e uma reação exagerada à minha declaração perfeitamente razoável e humana: crimes de guerra são crimes de guerra mesmo quando cometidos por aliados’”, disse.
Ainda no Twitter, disse que enquanto poucos investidores cancelaram a participação no evento, dezenas de novos investidores se cadastraram. Enquanto dois veículos de comunicação anunciaram que não participariam da próxima edição do Web Summit, mais de 50 veículos solicitaram credenciamento.
“Tentar cancelar uma reunião verdadeiramente global que sempre representou a paz e a prosperidade não é apenas ingénuo, é contraproducente. Assim como recorrer à divulgação de falsidades perigosas sobre o que eu disse ou defendo. Você não pode ser cancelado por querer a paz e a adesão ao direito internacional dos direitos humanos. Solidariedade com civis inocentes de todos os lados. Eu não vou ceder”, afirmou.
Acesse aqui e saiba como você e o Startupi podem se tornar parceiros para impulsionar seus esforços de comunicação. Startupi – Jornalismo para quem lidera a inovação.