* Por Henrique Volpi
Quase todos os dias somos impactados por notícias de vazamento de dados em algum lugar do planeta. Pessoalmente, a mais recente, foi o vazamento de um provedor de serviços de tecnologia para companhias aéreas. O mais interessante é que recebi um e-mail, sim eu ainda leio e-mails, de duas empresas diferentes.
Uma gringa, sediada nos Estados Unidos e outra latino americana. As duas falando sobre o possível impacto na minha conta e por consequência nos meus dados. Lembrando que em 2020, estas empresas não estavam voando ou transacionando muito. Podemos também concluir que não estavam muito atentos com a sua segurança digital.
Em 2020, foram dezenas de invasões e ataques. Dizem que a epidemia e o aumento do tempo de tela de todos, ou seja, uma maior utilização dos dispositivos digitais aumentou o risco de ataques e, de fato, eles aumentaram. O mais famoso talvez tenha sido do Twitter, que teve mais de 350 milhões de registros vazados e com nomes importantes como Elon Musk e do ex-presidente Obama sofrendo com este ataque.
O desafio é que todos os anos os ataques acontecem e grandes corporações sofrem com isso independentemente do total investido em tecnologia da informação e proteção de dados. Com as grandes empresas, pessoas físicas são impactadas e podem ter a sua vida pessoal invadida e publicada. Nos dias de hoje, mesmo não percebendo, fazemos muito mais atividades no meio digital do que no mundo físico.
Na realidade, guardamos muitos mais dados no mundo digital do que no meio físico. Afinal, você ainda tem um álbum de fotografias ou todas as milhares de fotos guardadas na nuvem? Figurinhas de futebol no álbum da Copa União ou NFT (Non-Fungible Tokens) de jogadores como o Cristiano Ronaldo?
Mas, como podemos nos preparar para todos estes ataques? Começando pelo básico, usar senhas fortes em todos os seus sistemas e dispositivos. Evitar vírus e phishing utilizando ferramentas de segurança digitais pessoais. Proteger seu e-mail e aplicativos de comunicação adicionando o duplo fator de autenticação e simplesmente duvidar de tudo que receba. Isto ajuda com a engenharia social e até mesmo as fake news. Veja mais dicas pesquisando na web, existe uma porção delas.
Henrique Volpi é sócio-fundador da Kakau Seguros, formado em Administração pela PUC-SP, com especializações em fintech pelo MIT e em liderança do futuro pela Singularity University. Trabalhou em empresas como BMC, EMC Dell e Servicenow. Foi co-autor do livro “The INSURTECH Book: The Insurance Technology Handbook for Investors, Entrepreneurs and FinTECH Visionaries”.