O mercado de venture capital está se preparando para um ano de potenciais oportunidades e desafios em 2024, após enfrentar um período turbulento em 2023. De acordo com o relatório publicado hoje pela Bossa Invest, uma das empresas líderes de venture capital na América Latina, o cenário atual oferece sinais de estabilização e otimismo controlado para investidores, startups e empresas em busca de inovação.
Em 2023, o mercado de startups enfrentou uma série de desafios, incluindo a escassez de capital, impactos econômicos pós-pandêmicos e instabilidades geopolíticas. Isso se refletiu nos investimentos em venture capital, com uma redução significativa no volume de recursos captados e em exits em todo o mundo. No entanto, apesar das dificuldades, o relatório destaca que os fundos de investimento permanecem capitalizados, com uma quantidade substancial de “dry powder” disponível para futuros aportes.
“As evidências até este momento em relação ao ambiente macroeconômico de 2024 apontam para uma manutenção das taxas de juros dos Estados Unidos em patamares elevados. Assim, há uma tendência de redução do volume e quantidade de investimentos em venture capital pelos investidores americanos, pelo movimento natural do balanceamento de alocação de capital desses investidores em classes de ativos com melhor combinação risco-retorno do que o venture capital. Startups que não passaram por um ajuste de valor terão que prover evidências que conseguem manter o patamar de avaliação que tiveram no boom de 2020/2021, o que tem sido difícil nas rodadas de investimentos dos últimos meses, diz Diogo Garcia, sócio-diretor e líder dos Programas de Startups da KPMG Brasil.
Tendências de venture capital para 2024
Uma tendência observada é o crescente interesse no early-stage de investimento, com fundos diversificando suas carteiras e aportando cheques menores em startups promissoras. Esse movimento sugere uma maior resiliência das startups early-stage diante das adversidades do mercado.
Além disso, a inovação corporativa continua sendo uma força impulsionadora, com grandes empresas buscando conexões mais rápidas com startups, especialmente as early-stage. Os M&As também continuam ocorrendo, embora em ritmo mais lento, com empresas adquirindo startups estratégicas em um cenário de valuations mais ajustados.
“Acredito que a soma de queda de juros por aqui, com uma estabilidade política, aliados à uma procura do capital internacional por lugares onde investir, reforçarão novamente o fluxo para capital de risco brasileiro”, diz Paulo Tomazela, CEO da Bossa Invest.
Para 2024, as previsões indicam uma retomada gradual da economia, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, com potencial para uma queda nas taxas de juros no Brasil, o que pode abrir espaço para investimentos mais arriscados e rentáveis, como o venture capital. Setores como fintechs, healthtechs e martechs devem continuar em destaque, juntamente com avanços significativos em tecnologias emergentes, como inteligência artificial e mobilidade elétrica.
Embora o mercado permaneça desafiador, há sinais de recuperação e oportunidades à vista para investidores, startups e empresas que buscam inovação e crescimento neste ano. “Para 2024, estamos vendo um movimento de melhora, embora os investidores estejam um pouco mais conservadores. Ainda há uma certa desconfiança sobre as avaliações de startups que foram feitas nos últimos três anos e naturalmente leva tempo para o mercado voltar a ter mais confiança e com isso as coisas fluírem de forma mais positiva. Mas já há um certo otimismo controlado”, completa Paulo Tomazela.
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