* Por Exame.com
O mercado de trabalho é como o de mercadoria, influenciado pela lei da oferta e procura. Quando aquecido, o tom está na retenção de talentos, e quando desaquecido, está na retenção de emprego. Isso não vale para aquelas empresas em mercado altamente competitivo. Nesse caso, elas não têm margens para oscilações e simplesmente acompanham a média do mercado.
Já em mercados diferenciados, quando a economia está em expansão, as empresas querem os melhores talentos para seus negócios, pois isso é fundamental para o seu crescimento. É quando o empresário se arrisca e precisa de funcionários criativos, que lidam bem com desafios, que são flexíveis, prontos para mudanças etc. Se há muitas empresas nessa situação, elas disputam os melhores, oferecendo salários acima da média do mercado, além de pacotes diversificado de benefícios.
Quando a economia está em recessão ou em desaceleração, as empresas fecham as portas ou reduzem seu quadro de funcionários, aumentando a massa de desempregados em todos os níveis de formação e experiência. O desafio não está em ousadias, nem aventuras, mas na sobrevivência.
Os mais preparados possuem habilidades que não são as mais requisitadas. O mercado para esses diminui bastante e pode fazer com que qualquer nova vaga seja aceita por salário menor do que se tinha e sem o pacote de benefícios. O volume do trabalho administrativo e comercial sofre redução. Se a massa de desempregados aumenta, essas vagas passam a ser preenchidas com salários menores.
É claro que isso é uma tendência geral e não serve para indicar o que acontece em um caso específico. Cada empresa está sendo impactada de uma forma e deve analisar com cuidado sua equipe e seu contexto. Na crise, também pode ser hora de inovar, de se reinventar, já que esse momento tem o papel de impor eficiência ao negócio.
Se você tem uma equipe altamente qualificada e treinada, mesmo com redução de vendas, pode não ser interessante desfazer-se dela. Pense em como enfrentar juntos esse período. Há casos onde as empresas diminuem o horário de funcionamento, a jornada ou aumentam as tarefas, dispensando outros tipos de trabalhadores – mas deve-se atentar para os acordos com os sindicatos, se houver.
Muitas vezes, os funcionários preferem a redução de benefícios e o acúmulo de tarefas do que a perda do emprego. E quando a maré baixa passar, a recuperação será mais rápida e você ainda terá uma equipe mais comprometida.
Se você contratar um funcionário mais qualificado do que de costume pelo mesmo salário, saiba que será temporário e encare isso como um momento vantajoso para ambos. Ele pode ajudá-lo a perceber aspectos novos do seu negócio, a geri-lo melhor e, quando a situação mudar, pode crescer com você ou ir para outra oportunidade. Então, aproveite esse profissional enquanto ele está à sua disposição.
Enfim, o salário é determinado pelo mercado e as variações, para cima e para baixo, existem de acordo com o contexto econômico geral e as perspectivas particulares dos negócios. O momento é de baixa, mas isso não significa que você deva trocar a equipe.