A Câmara dos Deputados, aprovou na última quarta-feira (27), o texto-base que autoriza e regulamenta a prática da telessaúde em todo o território nacional, ou seja, todas as profissões da área da saúde poderão fazer consultas através da telemedicina. A proposta (PL 1998/20) será enviada ao Senado.
Segundo o texto, será considerada telessaúde a prestação de serviços de saúde a distância, usando tecnologias da informação e da comunicação, que envolvem, entre outros aspectos, a transmissão segura de dados e informação sobre a saúde do paciente por meio de textos, sons, imagens e outras formas adequadas.
Será obrigatório o registro, nos conselhos regionais de medicina (CRMs) dos estados em que estão sediadas, das empresas que contratam profissionais da área médica para o exercício da telemedicina. Essa decisão foi implantada para evitar infração sanitária.
Para Adriana Ventura, autora do projeto de lei, “a pandemia ensinou muito a todos, mostrando que o Brasil precisava regulamentar a prática da telessaúde”. O relator do projeto também defendeu a aprovação. “Nosso principal objetivo foi garantir a universalização do atendimento à saúde em todo o Brasil, e a tecnologia é uma aliada para isso”, afirmou Pedro Vilela.
Os dados da Associação Brasileira de Empresas de Telemedicina e Saúde Digital (Saúde Digital Brasil) condizem as afirmações acima. As consultas com médicos sem sair de casa – que geram economia de tempo e dinheiro de deslocamento -, foi capaz de resolver cerca de 91% das consultas de pronto atendimento. Mais de 7,5 milhões de teleatendimentos já foram realizados por mais de 52,2 mil médicos no país.
A pesquisa “Telemedicina no Brasil” realizada pelo Datafolha/Conexa revelou que 73% dos entrevistados voltariam a realizar consultas por videochamada, e 41% acreditam que emergências em saúde possam ser resolvidas pela telemedicina.
Na Sami, operadora de saúde de São Paulo, por exemplo, 75% dos atendimentos do Time de Saúde são digitais, e em 72% dos casos o primeiro contato com a rede ocorre com a Atenção Primária. Em março deste ano, 92% dos atendimentos da empresa foram teleconsultas e o índice de satisfação com atendimento digital chega a 86%, o que mostra que os pacientes gostaram do novo formato.
Como funcionam as teleconsultas?
São como consultas presenciais, nas quais o médico conversa e orienta o paciente, mas sem que haja necessidade de deslocamento. Basta ter acesso à internet.
Segundo o Dr. Alexandre Calandrini, coordenador e médico do Time de Saúde da Sami, até mesmo seus pacientes mais receosos se mostram surpresos com a praticidade e agilidade da teleconsulta. “Eu explico que não é nada além de uma consulta normal. Às vezes eu brinco com o paciente e digo que é para ele imaginar que está no consultório comigo. Isso funciona”, afirma.
“A telemedicina já mudou a dinâmica do sistema de saúde no Brasil e todos saíram ganhando. Temos equipamentos de ponta que apoiam sua aplicação, permitindo o monitoramento pós-alta hospitalar, o acompanhamento de pacientes crônicos, a triagem de atendimento, tudo com diagnósticos rápidos e precisos. Tudo isso pode beneficiar e democratizar o acesso à excelência médica nos cantos mais longínquos do Brasil”, afirma comunicado da Sami.