De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o Brasil é o segundo país com maior número de transplantes de órgãos no mundo. Para se ter uma ideia da dimensão, de janeiro a junho de 2020, mesmo com a pandemia, foram realizados mais de 8.890 transplantes entre órgãos sólidos (coração, fígado, pâncreas, pulmão e rim), tecidos (córnea) e medula óssea2. Além disso, cerca de 96% desses procedimentos são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Ainda que os números tragam um cenário positivo, existem muitos desafios para superar. Foi olhando para estes desafios que a farmacêutica Novartis, em conjunto com a EMERGE, consultoria de inovação especializada em integrar ciência e mercado, desenvolveram uma iniciativa pioneira e inédita no Brasil: um projeto que prospectou e preparou para ir ao mercado tecnologias nas universidades, centros de pesquisa, ambientes de inovação e deep techs que promovessem a melhoria no processo de transplante de órgãos no Brasil.
O projeto foi desenvolvido especialmente para cientistas que buscavam levar sua pesquisa ou tecnologia da bancada do laboratório até o mercado, promovendo soluções efetivas para problemas relacionados a transplantes de órgãos no Brasil.
Os desafios atacados foram estruturados a partir do estudo e entrevistas junto aos principais médicos e médicas envolvidos na temática no país, bem como com lideranças de instituições do sistema brasileiro de transplante de órgãos, como a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) e o Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
Enquadradas em quatro grandes grupos, dois relacionados às etapas de pré-transplante, e outros dois voltados para manutenção da qualidade do órgão no processo logístico e preparação do paciente e órgão para o transplante, foram mais de 1200 tecnologias prospectadas e sete equipes chegaram até a etapa de elaboração de seus business cases.
Entre as soluções apresentadas para uma banca composta por pessoas do time da Novartis e membros da ABTO e SNT, estavam iniciativas relacionadas a machine learning para transplante de órgãos, teste rápido de baixo custo para rastreio de alterações renais, software para alocação de órgãos, caixa para transplantes, teste para prognóstico da rejeição de enxerto renal pós transplante, entre outros.
Agora, as tecnologias que chegaram à fase final de elaboração do business case estão sendo avaliadas para chegarem ao mercado em parceria com a Novartis. “Nossa constante busca por reimaginar a medicina está no centro desse programa e a Novartis, através dessa iniciativa, se propôs a mapear esses desafios e buscar as melhores tecnologias para cada um deles. Vamos agora avaliá-las junto à nossa equipe nacional e global para entender como dar continuidade”, afirma Roberto Tunala, Diretor Médico da Novartis Brasil.
A transformação na realidade de muitos pacientes é também o desejo das equipes. “A participação no projeto e no desenvolvimento de nossa solução alimenta nossa esperança em contribuir para melhorar a qualidade e a sobrevida dos portadores de doença renal crônica”, comenta José Bruno de Almeida, médico e professor de medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, um dos desenvolvedores do Nefrotest, um teste rápido e de baixo custo para diagnóstico de disfunção renal que detecta rapidamente quando o órgão pode estar sofrendo rejeição.
Para a EMERGE, o resultado não poderia ser mais positivo. “Impulsionar ciência e mercado para solucionar problemas complexos e de alto impacto é algo fundamental no nosso país. Esse projeto demonstra mais uma vez a capacidade da ciência brasileira em estabelecer parcerias com uma corporação como a Novartis e propor inovações visionárias. ”, explica Lucas Delgado, Diretor da EMERGE.