As startups brasileiras na carteira da 500 Startups tem valorização proporcionalmente maior que o resto do portfólio. “Praticamente é o dobro”, se considerada a diferença no valuation feito pelos investidores do up round versus o valuation inicial das empresas quando entraram no portfólio da 500 Startups. É o que contou a Bedy Yang em papo que tivemos na Califórnia há uma semana.
Ao todo, a turma da 500 Startups investiu até o momento em 23 empresas baseadas no Brasil, com um aporte total de cerca de US$ 2 milhões. Uma lista parcial pode ser obtida no próprio site deles. São empresas como Conta Azul, VivaReal, Fashion.me,, Veduca, QualCanal, EmpregoLigado, RunRun.it, entre outras.
De onde vem essa diferença? Deixando de lado o fato de que tem uma rapaziada boa a fim de empreender por aí (vocês que estão lendo aqui), eu tenho três hipóteses:
- (i) a assimetria nos ecossistemas de inovação do Brasil e dos EUA cria oportunidades;
- (ii) temos um mercado que cresce bastante;
- (iii) e os investidores tendem a atribuir mais valor a empresas aceleradas no Vale do Silício do que aquelas só com ‘experiência no Brasil’.
Explico a primeira hipótese: como o ecossistema de inovação e negócios dos EUA, especialmente no Vale do Silício, é muuuuuito mais desenvolvido que o brasileiro, as startups brazucas que tem boas ideias e bons times e passam por aceleração ou simplesmente se conectam com o Vale aprendem muito (e muito rápido) e turbinam o seu desempenho.
O jogo é pegar ‘boas startups’ daqui e ‘fazê-las render’, desenvolvendo as competências de negócios e conectando elas com um ecossistema super competitivo. É bom para todos: startups brasileiras, investidores, aceleradora nos EUA e o ecossistema brasileiro como um todo – quanto mais exemplos de sucesso e gente experiente, qualificada e conectada globalmente por aqui melhor.
A Bedy conta que a lógica de investimentos dela no Brasil tem sido muito orientada para negócios B2B e que aproveitem a emergência da ‘nova classe média’. Essa ideia fecha coma minha segunda hipótese.
Em breve a Bedy também será sócia de um fundo de venture que está sendo montado em conjunto com a 500 Startups e outros sócios no Brasil. O fundo está modelado e está iniciando a fase de captação de recursos.
Veja também:
post de 2010 em que apresentamos Bedy Yang ao mercado brasileiro;
lista de colunistas do Startupi.