A startup israelense de inovações médicas ViriMASK patenteou uma máscara de alta retenção para filtragem submicrônica de ar que viabiliza o uso prolongado por 60 horas.
Apresentado em maio ao mercado internacional, a ViriMASK está sendo considerada um “equipamento de isolamento móvel” por proporcionar vedação em vários níveis e virtualmente dispensar o distanciamento social. Ela garante o bloqueio de 99,25% das micropartículas existentes no ar externo, ao mesmo tempo em que impede a contaminação de terceiros por parte do usuário.
Com este patamar de retenção, a ViriMASK se posiciona como nova referência de performance na categoria. Até o momento, o máximo alcançado pela indústria para máscaras de uso cirúrgico (padrão N95) foi uma taxa de retenção de 95% de partículas, enquanto os produtos mais caros (Padrão N99) ficam no limite de retenção de 99%. Estes dois modelos convencionais têm uma vulnerabilidade importante, uma vez que não incluem o isolamento da região dos olhos, que também trocam gases e micropartículas com o ambiente.
A ViriMASK pode ser higienizada, o que permite que seja compartilhada sem risco de contaminação. O chassi original tem durabilidade por tempo indeterminado, enquanto que o filtro só necessita ser trocado a cada 60 horas de uso. Com isto, além de atender a linhas de frente de combate à pandemia, como ambulatórios, hospitais clínicas e centros cirúrgicos, a máscara apresenta-se como solução para empresas que necessitam proteger grupos de usuários diversos e em diferentes situações, tais como passageiros aéreos e operários de ambientes de risco.
O projeto de design da máscara corrigiu outros pontos fracos dos padrões N95 e N99, ao eliminar vãos existentes nas bordas das máscaras convencionais que servem de entrada e saída para o vírus. A área de contato com o rosto é guarnecida por um elastômetro antialérgico que não agride a pele e oferece conforto compatível com a utilização por longos períodos.
Seu nível de ventilação é cinco vezes superior ao da N95 ou da N99, com fluxo livre de ar, apesar da filtração rigorosa, e sem comprometimento da fala. Nas máscaras convencionais, o represamento do fluxo nasobucal provoca a retro respiração de gás carbônico, gerando sensação de estresse e dores de cabeça num uso mais prolongado. Para resolver esta falha, a ViriMASK incorporou uma tecnologia exclusiva de filtro sanfonado (que chega a um metro de material quando aberto) capaz de proporcionar uma oxigenação natural e sem esforço.
Enquanto as máscaras atuais conseguem reter partículas com um mínimo de 0,30 mícron de diâmetro, o produto israelense retém corpos inertes no ar com dimensões de 0,10 micron (menor que o tamanho isolado de um único exemplar do Coronavírus, de 0,12). Em geral, o vírus se apresenta em gotículas ou aglomerados em torno de 0,3 mícron.
Cidades livres de lockdown
O cientista Noam Gavriely, um dos responsáveis pelo desenvolvimento da ViriMASK, é professor do Technion – Instituto de Tecnologia de Israel – e especialista em fisiologia respiratória. Ele participou da comissão que criou as máscaras antigás de uso urbano distribuídas pelo Exército para toda a população israelense a partir das ameaças de armas químicas à época da Guerra do Golfo.
Ele explica que a ViriMASK foi criada inicialmente visando a comunidade médico-hospitalar envolvida no combate à pandemia. “Entendemos que as máscaras N95 não são suficientemente seguras para um vírus tão pequeno como o covid. Em um ambiente contaminado, o nível de proteção que oferece é insuficiente”, explica o cientista. A máscara, após ser adotada no segmento hospitalar israelense, seguiu para Europa, África, EUA, América Latina e Austrália.
No entanto, a fabricante acredita que a ViriMASK é a solução ideal também para cidades e empresas na normalização da atividade social. “O conceito de ‘isolamento móvel’, cobrindo todos os pontos vulneráveis ao vírus, representa uma alternativa financeiramente viável para evitar o lockdown e permitir a retomada econômica de todos os países”, conclui o professor Gavriely.