A Beep Saúde, startup que utiliza tecnologia para oferecer serviços de saúde a domicílio com custo acessível, fechou sua rodada série B com aporte de R$ 110 milhões, liderada pelo fundo norte-americano Valor Capital Group.
A rodada contou também com a participação da DNA Capital, Bradesco e Endeavor Catalyst, além de investidores-anjo, como David Velez, fundador e CEO do Nubank. Os recursos serão investidos pela empresa em duas frentes: na ampliação do portfólio de serviços e na expansão geográfica para atender às principais regiões metropolitanas do Brasil.
O aporte dará o impulso para um novo salto de crescimento da Beep fundada em 2016 pelo médico Vander Corteze. Formado em medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), estudou gestão de negócios no Ibmec e foi oficial militar do Corpo de Bombeiros do RJ, além de já ter fundado uma empresa líder no setor de saúde corporativa no Brasil. Corteze enxergou uma nova oportunidade de empreender ao perceber que ainda não existia uma plataforma para a saúde nos celulares dos brasileiros e criou a startup em 2016, hoje a maior empresa de saúde domiciliar do Brasil.
A primeira linha de serviços prestada pela Beep foi a de aplicação de vacinas em domicílio e está presente no Rio de Janeiro, Distrito Federal, São Paulo e Paraná. Em apenas cinco anos, com produtos e atendimento de excelência, a empresa se tornou líder no fornecimento de vacinas no Brasil e vem expandindo sua atuação para realização de exames laboratoriais, também em casa, para beneficiários de planos de saúde privados, como Bradesco, Care Plus e outros. Os usuários da Beep também podem acessar o teste do pezinho (para recém-nascidos), sexagem fetal e até teste de covid-19.
O momento é bastante positivo para o mercado de saúde, em especial as healtechs, que podem trazer soluções e inovações com agilidade e eficiência, em um cenário em que a pauta da pandemia domina as conversas em todas as esferas da sociedade. O tema é prioritário para a Beep, que reforçou os seus já elevados índices de padronização e qualidade de serviço para garantir o atendimento aos novos protocolos de segurança sanitária.
“A pandemia mudou a forma como as pessoas cuidam da saúde. A prestação de serviços a domicílio, que já era relevante pela comodidade, tornou-se essencial para aqueles que queriam continuar a se cuidar sem se arriscar a uma exposição durante a pandemia”, comenta Vander Corteze, que também é CEO da Beep. “Nós lidamos com a saúde de nossos usuários e, portanto, somos obcecados por qualidade e padronização. Nós entramos na casa das pessoas e precisamos garantir o mais alto nível de segurança em todos os nossos procedimentos”, completa.
Com cenário favorável, a Beep, que já possui cerca de 500 colaboradores, está com mais de 250 vagas abertas, e deverá chegar a 1.000 funcionários até o final de 2021. “Não só iremos crescer o time, como também os serviços prestados. Estamos estudando outras linhas de negócio, como infusão e entrega de medicamentos. Estamos no caminho para nos tornarmos o one stop shop da saúde, concentrando todos os principais serviços em um único lugar e fornecendo-os no conforto do lar de nossos usuários – ou qualquer outro lugar que desejarem”, destaca Corteze.
Na visão de Michael Nicklas, managing partner da Valor Capital Group, a empresa lidera uma mudança estrutural observada nas diferentes vertentes do mercado da saúde em dimensão global. “Antes da pandemia, não se tinha tanta certeza em relação à demanda e perspectiva dos serviços prestados por healthtechs. Durante todo o ano passado, as incertezas foram quebradas, mudando hábitos que certamente nunca voltarão completamente às suas origens. Não à toa, 2020 foi marcado por diversos aportes realizados em startups do setor de saúde”.