No Dia Mundial da Bicicleta, a Tembici, startup de micromobilidade, anunciou um aporte Série B de US$ 47 milhões (cerca de R$ 270 milhões) liderado por Valor Capital Group e Redpoint eventures. International Finance Corporation (IFC), braço financeiro do Banco Mundial, e Joá Investimentos também participaram da rodada.
O aporte marca a entrada da IFC no mercado de micromobilidade, já que é a primeira vez que a organização investe no setor. O valor será usado para a implementação de bikes elétricas, ampliação da frota nas cidades em que a Tembici já opera e mais investimentos em tecnologia. Essas ações consolidam ainda mais a empresa como liderança do setor nas principais praças da América Latina.
O mercado de micromobilidade para startups disparou primeiro na China e “atraiu muitos adeptos, o que o fez crescer cerca de duas a três vezes mais rápido que o compartilhamento de carros ou caronas”, de acordo com uma análise realizada pela McKinsey & Company sobre o setor do mercado de mobilidade urbana global no ano passado.
A Tembici, fundada pelos empreendedores Tomás Martins e Maurício Villar em 2010 e que tem como principal patrocinador de seus projetos o Itaú Unibanco, nasceu com o objetivo de, por meio da tecnologia e tendo a bicicleta como sua principal aliada, viabilizar formas inteligentes de deslocamento, para que todas as pessoas possam melhorar sua relação com a cidade. Os projetos da empresa estão presentes nas principais capitais da América Latina como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Porto Alegre, além de Buenos Aires na Argentina e Santiago, no Chile.
O novo aporte vem de encontro com um momento em que a Organização Mundial da Saúde recomenda a bike como principal modal de transporte no mundo pós-pandemia e que diversos países estão realizando grandes investimentos neste sentido.
O governo britânico, por exemplo, anunciou investimento de 2 bilhões de libras em iniciativas para incentivar o uso da bike e da caminhada. Em Paris, além de novas ciclovias e entre outras ações, as mecânicas de bicicletas foram consideradas serviços essenciais e os habitantes receberão vouchers do governo de 50 euros para consertarem suas bicicletas que, até então, estavam paradas. Diversas cidades dos Estados Unidos já diminuíram a velocidade máxima de suas vias e limitaram acesso de carros a algumas regiões como medidas de segurança para os ciclistas. A bicicleta está sendo considerada a melhor alternativa de deslocamento no cenário pós-coronavírus.
“Estamos dando mais um importante passo na mobilidade urbana das cidades. O aporte nos leva a outro patamar que permite realizarmos ainda mais investimentos no aumento das frotas e na implementação de bicicletas elétricas trazendo um enorme ganho para o cenário de micromobilidade da América Latina e contribuindo para o reconhecimento da bicicleta como o modal mais eficiente para deslocamento nas cidades. Além disso, a bike terá, sem dúvidas, um importante papel no cenário pós-pandemia, já que seu uso está sendo fortemente recomendado pelos órgãos de saúde por ser um transporte individual e sustentável. Ainda mais pessoas mudarão seus hábitos e os investimentos que faremos nos nossos sistemas vão de encontro às novas necessidades das cidades e da população”, diz Tomás Martins, CEO da Tembici.
“Estamos felizes em apoiar a Tembici e seu crescimento sustentável na América Latina. A mobilidade urbana sempre foi uma questão de grande importância na região, e acreditamos que meios de transporte individuais e sustentáveis terão um papel importante no novo normal em todo o mundo”, diz Scott Sobel, sócio-fundador da Valor Capital Group.
Segundo Romero Rodrigues, Managing Partner da Redpoint eventures, o debate sobre mobilidade urbana nunca mais será o mesmo pós-pandemia. “Já passou da hora de assumirmos a bicicleta como uma das soluções dentro dos nossos inúmeros problemas de mobilidade, principalmente no contexto pós-Coronavírus. E este investimento permitirá o incentivo ao transporte verde nos trajetos, além de evitar que o medo das aglomerações leve as pessoas a aumentarem o uso dos carros”, destaca.
“A IFC tem satisfação em apoiar a missão da Tembici de fornecer uma solução de transporte segura e eficiente; isso será fundametal no contexto pós-pandemia”, disse Carlos Leiria Pinto, gerente geral da IFC no Brasil. “O investimento da IFC na Tembici é uma oportunidade para promover soluções de micromobilidade e oferecer transporte urbano mais eficiente, ajudando a melhorar o meio ambiente em nossas cidades com soluções verdes”.
Nascida na Universidade de São Paulo (USP), a Tembici é especializada em micromobilidade e e utiliza o sistema com estações de travamento para a devolução e retirada das bikes (dock), um modelo de negócio rentável e comprovado. Com o investimento, Romero Rodrigues, sócio-gerente da Redpoint Eventures, e Scott Sobel, Managing sócio e cofundador da Valor Capital Group, se juntarão ao Conselho de Administração da Tembici.