A situação dos médicos e dos pacientes brasileiros é crítica faz tempo, mas o programa Mais Médicos colocou essa crise bem diante dos nossos olhos, e não dá para não enxergar. Uma das questões em evidência é a da falta de profissionais de saúde em regiões distantes dos grandes centros urbanos, e a startup chilena Mejórate está nos oferecendo ajuda.
Criada pelo chileno Sergio Calleja, a Mejórate tem a intenção de facilitar o encontro de pacientes e médicos em suas próprias cidades, incentivando o “turismo médico” e permitindo o atendimento online quando o profissional de saúde está em outra cidade. Sergio tem o apoio do brasileiro Marzon Castilho na tradução do produto para o mercado brasileiro, onde o serviço será batizado de Melhorate –o brasileiro também atua como CTO da startup.
“Sou um dentista e trabalho com saúde pública. A ideia de criar a empresa surgiu há um tempo, quando eu era estudante e queria criar algo mais acessível para as pessoas”, contou o fundador, com quem conversei por Skype, já que a empresa está sendo acelerada no Start-Up Chile. “É difícil encontrar médicos e é uma bagunça, então os pacientes não estão felizes. Para os médicos, é difícil continuar em contato com o paciente a longo prazo e é importante manter essa ligação.” A ideia do Sergio é trazer um pouco do hospital para a casa do paciente.
Para o fundador, a ideia de manter esse acompanhamento online permitirá que os médicos atuem na saúde de seus pacientes enquanto eles ainda estão saudáveis, para torna-los “ainda mais saudáveis”.
O plano da Mejórate/Melhorate agora é testar seu modelo no Chile, para que ele possa chegar efetivamente ao mercado brasileiro. “No Brasil, é difícil encontrar médicos nas áreas rurais e a maioria deles não quer sair da cidade. Nós ajudamos a levar esses profissionais para outros lugares, já que temos uma plataforma de conferência integrada no produto. Boa parte das emergências pode ser resolvida à distância”, afirma Sergio. “Os problemas mais básicos dá para resolver online. No Chile, temos problemas muito parecidos.”
Segundo o fundador, a ideia é que a plataforma também ajude médicos mais jovens a encontrar pacientes, como uma nova forma de gerar negócios. Para cada consulta agendada por meio do produto, a startup fica com 20% do valor pago pelo usuário. Por enquanto, a empresa recebeu US$ 40 mil de investimento, vindos do Start-Up Chile, e US$ 80 mil de outra competição.
Foto: Bernardo Londoy