A Squadra Ventures, especializada no investimento de startups, anunciou a criação de um fundo de R$ 100 milhões com foco em empresas não operacionais em fase de ideação (pré-anjo) até série A, com cheques entre R$ 500 mil e R$ 15 milhões. De acordo com Giancarlo Barone, CEO da Squadra Ventures, a empresa busca projetos impactantes, disruptivos, escaláveis e estratégicos, com foco nas áreas de tecnologia do futuro (Blockchain, Inteligência Artificial, criptomoeda e segurança digital), além de saúde e bem-estar (biofármacos, medicina molecular, produtos de canabidiol, dentre outros).
“As startups que fazem parte do portfólio se encontram em diferentes fases de desenvolvimento – ideação, preparação, prototipação, lançamento, escala e estabelecimento. São empresas que se destacam nos mais diversos setores. Vamos investir nas que estão na crista deste desenvolvimento e ajudá-las a desenvolver novos modelos de negócios de forma eficiente e com redução de risco operacional”, disse.
O diferencial da Squadra Ventures, segundo Eduardo Zaidan, CFO, é que ela participa da operação e gestão das startups de forma ativa, com um grande corpo técnico e administrativo, garantindo uma maior segurança no investimento de projetos early stage. “Nossa meta é ter uma taxa de acerto muito superior à do mercado, hoje comumente aceita de 1 para 10. Ou seja, os VCs convencionais investem em 10 empresas para ter uma de sucesso. Queremos mudar esse cenário com novas metodologias de avaliação de projetos e gestão ativa nas investidas”.
Atualmente, a Squadra possui três modelos de desenvolvimento das startups:
Full development: startups fundadas em sociedade com especialistas, cujo envolvimento na operação é contínua até o negócio se tornar totalmente independente.
Development: startups investidas e apoiadas pela equipe técnica e de desenvolvimento de negócios da Squadra, que orienta os empreendedores nos mais diferentes setores de suas empresas.
Estratégica: são empresas que já estão operando com certa maturidade e não necessitam dos serviços da Squadra, que participa ativamente apenas nos conselhos de administração.
Processo de escolha das startups
De um modo geral, a Squadra leva diversos fatores em consideração na hora de investir em uma startup, como potencial de inovação, o problema que busca resolver e seus possíveis impactos no mundo moderno, além da sinergia com seu ecossistema.
“Buscamos empresas com grandes fundadores, gente disposta a dedicar 100% de esforço para que o negócio se torne relevante. Quando encontramos, aceitamos os riscos intrínsecos a esse caminho. E então nos dedicamos a oferecer um suporte completo, em todas as áreas e etapas, permitindo que o empreendedor se dedique à sua maior especialidade: a inovação. O que fazemos, então, é formar, validar e financiar startups rumo ao sucesso”, apontou Giancarlo.
De um modo geral, o processo de avaliação da Squadra é bem profundo e minucioso, no qual o empreendedor deve estar preparado para responder uma série de questões, além de ter conhecimento profundo do mercado. “Ele também precisa estar disposto a encarar os desafios de ser um empreendedor, o que não é nada fácil. As demais questões o time da Squadra garantirá todo o apoio necessário para que o projeto saia do papel e entre em operação ou ganhe escala, no caso de projetos já operacionais”, disse Eduardo.
Casos de sucesso
Desde a sua criação, a Squadra já investiu cerca de R$ 40 milhões em 18 startups. Um delas é a Hawk, plataforma de segurança digital SaaS para pequenas e médias empresas que não têm condições de contratar as grandes empresas de consultoria em segurança digital. A empresa está em fase final de desenvolvimento e estará disponível para contratações no primeiro semestre de 2021.
“Outro exemplo é a Spaceflix, empresa de locação de móveis para residências que desenvolvemos em sociedade com a Riccó Moveis, empresa tradicional do ramo de móveis. Neste projeto, as pessoas poderão locar por modelo de assinatura mensal, móveis, utensílios e decorações para suas casas, como por exemplo, mobiliário para quartos de bebê (berços, trocadores e cômodas) que usamos normalmente por um período de dois anos e depois não sabemos o que fazer com os móveis”, contou Zaidan.
Pandemia e os planos para o futuro
Eduardo conta que esse fundo seria aberto em março deste ano, mas que a Squadra resolveu aguardar para entender como a economia mundial e o Brasil se comportariam perante a pandemia. “Quando entendemos que os fundamentos básicos não foram alterados e que o mercado de startups de tecnologia e saúde em sua maioria se beneficiaram com a pandemia, resolvemos dar à luz verde para a criação do fundo. Entretanto, a Squadra Ventures seguiu desenvolvendo e investindo em projetos durante este período”, afirmou.
Ainda segundo ele, o período serviu como um catalisador para o setor, uma vez que as startups são, em sua grande maioria, empresas de tecnologia e digitais. “Este momento em que estamos forçou muitos consumidores que nunca haviam comprado produtos e serviços de forma digital a utilizá-los e isso abriu um mercado consumidor enorme que de outra forma demoraria pelo menos 5 anos para acontecer”.
Por fim, reforçou a importância da atuação do mercado de venture capital no Brasil, o que coloca o país como o quinto maior em número de Unicórnios em todo o mundo. “Isso atrelado às baixas taxas de juros mundiais, têm atraído muito investidores novos, que tradicionalmente não consideravam este tipo de investimento para o mercado. Isso é muito bom, pois fomenta a criação de novas empresas e plataformas”, finalizou Zaidan.