A Solfácil, ecossistema de soluções solares, anunciou uma nova rodada de captação Série C de equity de US$ 100 milhões (cerca de R$ 500 milhões de reais) para acelerar a ampliação do acesso à energia solar no Brasil. Liderado pela QED, com participação de SoftBank, VEF e Valor Capital Group, o aporte será usado para ampliar a oferta do ecossistema Solfácil, uma empresa de tech com soluções digitais para o integrador que incluem financiamento, marketplace e um IOT (Internet of Things) com tecnologia desenvolvida pela Solfacil para melhorar a produtividade das usinas e serviços do integrador.
“Nosso propósito é empoderar as pessoas através do sol. Um sistema fotovoltaico no telhado de uma casa gera uma economia durante mais de 20 anos. As pessoas produzem sua própria energia limpa, e ficam menos vulneráveis aos constantes aumentos da conta de luz”, diz o CEO e fundador, Fabio Carrara. A empresa desenvolve soluções tecnológicas para que seus parceiros integradores ofereçam os sistemas de energia solar para residências, pequenas e médias empresas e produtores rurais.
O fundador Fabio Carrara atinha como objetivo resolver a principal dor do mercado: o acesso ao financiamento de energia solar. “A Solfácil criou um sistema de empréstimo único e totalmente digital, que permitiu trocar o custo mensal de eletricidade por investimento em sistema solar. Em vez de pagar pelo serviço pelo resto da vida, as pessoas podem quitar o investimento em 5 anos e aproveitar pelo menos os próximos 20 anos livres do monopólio elétrico”, explica Carrara.
Segundo Scott Sobel, Sócio Fundador do Grupo Valor Capital, “o Brasil tem potencial para ser um dos maiores mercados solares do mundo. A Solfácil está a liderando o caminho para ajudar a ativar este potencial, fornecendo financiamento a custos mais baixos e soluções tecnológicas para integradores, residencias e PMEs. Estamos orgulhosos de continuar a apoiar e investir na Solfácil para acelerar a geração de energia limpa, que trará um impacto positivo nas mudanças climáticas”.
De fintech a ecossistema solar
Em 2021, a Solfácil passou de fintech para um ecossistema solar especializado. “Começamos oferecendo soluções de financiamento, mas sabíamos que os nossos parceiros e seus clientes precisavam de mais soluções, principalmente quanto a equipamentos” explica Carrara. Os preços e a disponibilidade de estoque têm sido os dois maiores desafios em um mercado com alta demanda e uma cadeia de suprimentos global instável. Em agosto de 2021, a empresa lançou a Loja Solfácil, seu próprio marketplace de equipamentos solares, que conecta seus integradores parceiros a diversas opções de distribuidores e marcas, oferecendo mais de 5 mil kits (painéis solares, inversores e racks), a maior variedade do mercado. O lançamento foi extremamente bem-sucedido, com tração obtida em tempo recorde, um ano à frente do plano da empresa.
O Brasil deve se tornar o maior mercado de geração distribuída, atrás apenas da China, superando os EUA, Alemanha e Austrália. O país, que abriga quase 60% da floresta Amazônica, já sente o impacto das mudanças climáticas, com a pior seca em quase um século, ameaçando a cadeia de fornecimento da energia elétrica e tornando a tarifa do país a segunda mais cara do mundo. “Hoje, a penetração é de apenas 1% em um país de insolação o ano todo, e custo de instalação bastante competitivo para sistemas solares”, completa Carrara. “O Brasil será, definitivamente, a maior referência mundial na descentralização da produção de energia elétrica, e a Solfácil quer ser a principal impulsionadora deste movimento”.
Desde sua fundação em 2018, a empresa tem registrado crescimento de 8 vezes ao ano e hoje conta com mais de 8 mil integradores parceiros conectados à sua plataforma em todos os 27 estados do Brasil. A Solfácil já financiou mais de R$ 1,2 bilhão em empréstimos solares, tornando-se o segundo maior emissor de títulos verdes no Brasil em 2021, e o quarto na América Latina. “A startup cresce mais rapidamente do que os seus concorrentes e é uma das poucas fintechs a conseguir, em pouco tempo, ser tão relevante quanto os bancos tradicionais que também atuam no setor”, conta David Nangle, CEO da VEF. Segundo a consultoria Greener, a Solfácil é atualmente a terceira maior financiadora solar do país, atrás apenas do Banco Votorantim e Santander. Em 2021, a empresa ocupava a sétima posição. Tornar-se a primeira é sua meta até o final deste ano.
* Foto em destaque: Fabio Carrara, CEO e fundador