* Por Fernando Baldin
Não há mais espaço para uma empresa atuar sem obter o aumento de produtividade, redução dos erros e a velocidade que a automação traz ao negócio. Porém a grande decisão é Como e Quando eu devo adotar as tecnologias de automação para o meu negócio. Imagine que seus concorrentes estarão todos atuando com essa tecnologia, como você irá competir se não tiver as mesmas armas?
O ideal é seguir boas práticas para adotar novas tecnologias visando minimizar riscos e maximizar os resultados. Entretanto, como se trata de uma tecnologia recente, ainda não existem boas práticas formais disseminadas no mercado sobre automação de processos. Por isso gostaria de compartilhar algumas recomendações que podem ajudar nessa jornada:
Automação não é um projeto
Devemos encarar as tecnologias de automação como algo inerente às atividades do negócio. Não pense que a tecnologia vem para complementar, pelo contrário, ela poderá criar uma nova forma dos processos fluírem no seu negócio. Em alguns anos você não conseguirá ver a sua empresa ou departamento sem esse tipo de tecnologia.
Algo muito parecido ao que aconteceu com as tecnologias de ERP na década de 80/90, hoje não conseguimos vislumbrar uma empresa de sucesso ser gerida sem um sistema de gestão.
Foque em compartilhar o conhecimento
No primeiro momento temos a intenção de querer controlar a forma como os robôs serão aplicados ao negócio, mas essa centralização faz com que as áreas de automação se tornem gargalos para a digitalização dos processos e, consequentemente, dos negócios. Foque mais na governança e no compartilhamento de conhecimento tornando seu time de especialistas em tutores para que as áreas de negócios da empresa possam desenvolver seus próprios robôs com a tutoria técnica do time de governança de automações, focando seus esforços mais no controle de qualidade e reuso dos códigos do que na construção dos novos robôs.
Crie sua biblioteca particular de robôs
Se você analisar, verá que 80% dos processos de negócios são feitos em 20% dos softwares da companhia. Com isso em mente, crie uma biblioteca de robôs para serem reutilizados na construção de robôs, assim você escalona o desenvolvimento e faz com que toda empresa capitalize o conhecimento através da reutilização de processos comuns às áreas. Um exemplo prático: Criar um Robô para fazer o login no seu sistema de gestão. Essa ação será feita por vários outros fluxos, portanto crie essa biblioteca para os usuários e assim eles podem começar a criar seus robôs juntando peças ao invés de construir tudo do zero.
Construa seu pipeline de automação
Mapear os processos a serem automatizados é uma mistura de conhecimento técnico e negócio. Acordar sobre os pontos chaves para priorizar as oportunidades é um assunto que deve ser discutido antes da empresa comprar qualquer software de automação.
Não existe fórmula mágica, mas existem alguns conceitos básicos como: Buscar atividades de alto volume e baixa complexidade, com repetição diária ou semanal, que interagem com menos sistemas possíveis. Tudo isso vai ajudar a diminuir a complexidade do desafio em questão.
Nos primeiros meses, o cliente está na infância da jornada, vale focar mais no aprendizado que o retorno efetivo ao negócio, mas após os primeiros fluxos serem construídos a maturidade vai ajudando a entender os caminhos mais interessantes a serem priorizados dentro do negócio.
*Fernando Baldin, Formado em Relações Públicas com MBA em Administração, ITIL Expert, HDI KCS Instructor, atuando a mais de 20 anos na área de TI, Autor do Livro Revolução Invisível. Atualmente é Country Manager da AutomationEdge.