Em evento especial organizado no Planetário Ibirapuera, a SMU Investimentos, plataforma de crowdfunding de investimentos em startups, anuncia a chegada da Estar, mercado secundário de startups aprovado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), ao Brasil.
No caso do mercado de ações, o mercado primário é o ambiente em que as ações são disponibilizadas pelas próprias empresas aos investidores, como no caso de um IPO (oferta pública primária) ou follow-on. Já o mercado secundário é onde os investidores negociam essas ações entre si, como na Bolsa de Valores.
A nova unidade de negócios do grupo tem como objetivo gerar liquidez para o mercado. Oferecendo as melhores tecnologias para essa modalidade de negociação, a rede de blockchain Stellar e a Nasdaq, a plataforma entrega, em tempo real, os valores de cada uma das cotas de participação com a máxima proteção para os investidores dentro das exigências da CVM e a proposta pelo sistema.
Estruturada por quatro grandes empresas, SMU Investimentos, Demarest Advogados, Digitra.com e nTokens, a nova frente será comandada por Pedro Rodrigues, antes CTO da SMU, que agora assume como CEO da Estar. “Chegamos com a missão de sermos um grande marco para o mercado financeiro nacional e muito em breve para toda a América Latina. Certamente, um dos momentos mais aguardados por todo mercado de investimento em Startups”.
O executivo complementa que “o mercado será acessado diretamente por investidores cadastrados na SMU. Os valores negociados serão escriturados pela nossa plataforma e tokenizados, por meio de tecnologia blockchain.”
A primeira startup listada na Estar será a própria SMU que recentemente encerrou com sucesso uma rodada própria de investimentos. Novas startups já estão em fase final de negociação e serão anunciadas em breve. De acordo com as regras da CVM, nesse primeiro momento a Estar poderá contar com 10 empresas listadas.
A Plataforma está disponível para investidores pelo site estar.finance em modo de teste, onde os interessados poderão operar uma carteira virtual de ativos e avaliar as funcionalidades desenvolvidas até então.
Diego Perez, CEO do grupo SMU, reforça a missão da companhia, com a chegada da Estar. “Nossa intenção é expandirmos os horizontes de atuação e embarcar novos formatos de investimentos em ativos alternativos para o mercado de startups. Queremos ir além, e para que isso aconteça, buscamos sempre formas de agregar todo potencial e capacidade de nosso time, liderança e parceiros”, destaca o executivo, também em referência à Demarest e Digitra.com que compõem a estrutura da nova unidade.
Tecnologia
O desenvolvimento da plataforma tecnológica da Estar foi feito através de parcerias. O sistema é desenvolvido pela Nasdaq e licenciado no Brasil pela Átris, empresa do grupo Digitra.com, uma exchange criada por Rodrigo Batista, um dos fundadores do Mercado Bitcoin.
“Muito se tem discutido sobre o impacto do mundo do blockchain no mercado financeiro. Estamos criando um dos primeiros exemplos práticos, que mostra como desenvolver produtos que não existiam, como uma bolsa de startups”, diz Rodrigo Batista, CEO da Digitra.com.
Os contratos de investimento são tokenizados com uso da tecnologia blockchain da rede Stellar, por meio de uma integração de interface feita pela parceira da SMU, a nTokens. Já a guarda dos tokens é realizada pela empresa israelense Fireblocks.
“A Estar veio para inovar. Inova na aplicação de tecnologia, na sinergia entre grupos que se complementam, e no modo de atuação do mercado de capitais brasileiro. Mais que tudo, a nTokens tem orgulho de participar neste projeto que inova na relação entre o regulador, as empresas, e os investidores no Brasil”, comenta Thomaz Teixeira, CEO da nTokens.
A fintech iugu, infraestrutura de pagamentos no mercado regulado, e o escritório Demarest, responsável pela parte jurídica do projeto, também são parceiros.
“Este é o primeiro mercado organizado, autorizado pela CVM, com foco exclusivo em startups. O objetivo é criar um ambiente de liquidez para esse segmento, com o que se desenvolve um círculo virtuoso de novas captações, com maior interesse de investidores e de empresas. É também o primeiro mercado em que todos os ativos serão objeto de tokenização. Trata-se de um marco importante para a evolução do mercado brasileiro de capitais”, diz Thiago Giantomassi, sócio das áreas de Fusões e Aquisições e Mercado de Capitais do Demarest Advogados.