Marcelo Claure é Chairman da Shein na América Latina e, durante o Digitalks Expo 2023, comentou sobre novos planos da empresa no Brasil e no mundo. Além do seu cargo na varejista global, o executivo boliviano é fundador do Claure Group, dono de times como o Bolívar, em seu país natal, e o Girona, da Espanha.
Marcelo comentou sobre o crescimento exponencial da Shein no mundo e explicou que a estratégia sempre foi de explorar novas fronteiras e não se manter apenas no mercado chinês. Além da comercialização dos produtos mundialmente, a empresa hoje produz peças de vestuário direcionadas para países específicos, se preocupando com estruturas físicas dos clientes e questões climáticas.
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“A Shein pode ter começado como uma empresa chinesa, mas sempre teve o desejo de oferecer seu produtos para todo o mundo. Não vejo mais a Shein como uma empresa de um país único, hoje temos fábricas e clientes espalhados por todos os continentes, o que facilita nossa demanda e entregas”, comenta Marcelo Claure, Chairman da Shein na América Latina.
Modelo de produção da Shein
Para evitar excesso de abandono de produtos e sobra de estoque, a Shein passou a adotar o modelo de produção por demanda, assim, a empresa fabrica um número menor de peças recém lançadas e aos poucos vai aumentando o número da produção, a depender do interesse público, no melhor estilo “toyotismo”.
Em disputa constante de mercado, Marcelo comenta que empresas já tradicionais não devem ver a Shein como uma inimiga, mas sim como uma concorrente natural de mercado, ele considera que a empresa agregue sim ao varejo, incluindo mais tecnologia e opções de vestuários para mercados mais baratos.
Shein e o mercado brasileiro de varejo
Comentando sobre nosso cenário de varejo, Marcelo se colocou como um grande entusiasta do mercado e comenta que a empresa também olha com atenção para o Brasil. O executivo citou que desde o início, o país sempre foi um grande cliente do e-commerce, com mais de 45 milhões de clientes, que simbolizam quase um terço da população maior de idade do país.
Marcelo diz que entre as estratégias escolhidas para estimular ainda mais o mercado no Brasil está a criação de fábricas em solo brasileiro. A marca pretende ter 2.000 fábricas até 2026, sendo que já possui 200 em operação no país. Outro estimulo adotado pela Shein foi a produção de peças criadas por brasileiros para o público local, então os produtos podem diferenciar por motivos sazonais ou até por tendências do mercado interno.
Taxação de produtos internacionais no Brasil
Perguntado sobre a sanção de produtos vindos do exterior pelo atual governo, Marcelo disse ter ficado surpreso pela decisão e que acima de tudo não concorda com a criação. Explica que desde antes da Shein, era comum que produtos vindos de outros países fossem adquiridos por brasileiros, e considera que esse movimento não atrapalha o mercado interno.
“Não vejo lógica no imposto, se você pode ir para os Estados Unidos, comprar produtos e voltar sem ser taxado, qual o problema de comprar direto com o mercado exterior? Não faz sentido. E ainda fere a população mais humilde, forte no Brasil, que se vê obrigada a comprar de marcas brasileiras que podem escolher o preço que melhor as convém”, completa Marcelo Claure.
Finalizando o painel, Marcelo explica que apesar das dificuldades brasileiras, a Shein vê nosso mercado com bons olhos, e que além da abertura das novas fábricas, possuem um projeto para estimular ainda mais os empreendedores. “Acreditamos muito no mercado do Brasil e nos brasileiros, acreditamos que os próximos 5 anos serão mais proveitosos que o 2.000 já passados, e queremos fazer parte desse crescimento”, conclui o Chairman.
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