A Shell Brasil, Raízen, Hytron, Universidade de São Paulo (USP) e o SENAI CETIQT assinaram um acordo de cooperação para desenvolvimento de plantas de produção de hidrogênio renovável (H2) a partir do etanol. A parceria tem como foco a validação da tecnologia através da construção de duas plantas dimensionadas para produzir 5 kg/h de hidrogênio e, posteriormente, a implementação de uma planta 10 vezes maior, de 44,5 kg/h.
O hidrogênio a partir de etanol será produzido de forma inovadora com o biocombustível fornecido pela Raízen e a tecnologia desenvolvida e fabricada pela Hytron, que atualmente pertence ao grupo alemão Neuman & Esser Group (NEA Group), com suporte do Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras do SENAI CETIQT, com financiamento da Shell Brasil.
“A USP se transformará em um grande laboratório de pesquisa na área de energias renováveis e no desenvolvimento sustentável. No projeto, estudaremos a viabilidade energética da extração do hidrogênio a partir do etanol e seu uso em ônibus circulares e as soluções encontradas poderão ser transferidas para nossas cidades. Tem sido fundamental para a USP a parceria com empresas que valorizem a pesquisa científica como modo de transformação social”, aponta Carlos Gilberto Carlotti Junior, reitor da USP.
Com a produção de hidrogênio a partir de etanol, as empresas e instituições parceiras iniciam uma nova etapa na produção de combustíveis renováveis, contribuindo com a descarbonização não só no setor de transportes, como também na siderurgia, mineração e agronegócio.
O acordo inclui também uma estação de abastecimento veicular (HRS – Hydrogen Refuelling Station) no campus da USP, na cidade de São Paulo. Um dos ônibus utilizados pelos estudantes e visitantes da Cidade Universitária deixará de utilizar diesel e os tradicionais motores a combustão interna para começar a utilizar hidrogênio produzido a partir do etanol e motores equipados com células a combustível (Fuell Cell).
Com início da operação prevista para 2023, a iniciativa surge como uma solução de baixo carbono para transporte pesado, incluindo caminhões e ônibus, com o primeiro posto a hidrogênio de etanol do Brasil e no mundo.
Atualmente, o hidrogênio tem uso predominante na indústria química e é produzido em unidades industriais próximas a refinarias a partir do gás natural. No futuro, existe a expetativa que o H2 produzido a partir de energia elétrica renovável, como solar e eólica, terá um papel importante para a descarbonização de vários setores industriais e de transporte pesado.
“Estamos empolgados em ver que um projeto que se iniciou como um sonho de estudantes dentro da universidade agora se torna uma solução de alto impacto para a transição energética do País e do mundo”, aponta o CEO da Hytron, Marcelo Veneroso.