*Por Isaac Paes
Nos últimos anos, o setor de alimentação fora do lar passou por uma verdadeira revolução digital, impulsionada por mudanças no comportamento do consumidor e avanços tecnológicos. A pandemia da Covid-19 acelerou essa virada de chave, tornando ferramentas como menus interativos essenciais para a sobrevivência dos negócios.
No entanto, mesmo após a retomada do setor, muitos restaurantes seguem presos ao passado, resistindo em adotar novas soluções que poderiam otimizar suas operações e elevar a experiência do cliente. Até quando a resistência à mudança será um obstáculo para que esses estabelecimentos cresçam e se mantenham competitivos?
A tecnologia no food service deixou de ser apenas uma tendência e se tornou um investimento estratégico para aumentar a rentabilidade e permitir um atendimento escalável. Dados do setor confirmam essa evolução: segundo a National Restaurant Association, 77% dos consumidores preferem estabelecimentos que oferecem menus digitais para fazer pedidos sem precisar de um atendente. Além disso, restaurantes que adotam essas soluções registram um aumento de até 20% no valor médio dos pedidos, impulsionados por técnicas como upselling e cross-selling, conforme o relatório Foodservice 2023.
Benefícios concretos
Os restaurantes que ousam e superam a resistência inicial à digitalização percebem rapidamente os impactos positivos na operação e nos resultados financeiros. Uma das principais vantagens é a redução de erros e desperdício, uma vez que pedidos feitos diretamente pelo cliente em totens de autoatendimento ou via QR Code minimizam falhas na anotação e evitam desperdício de ingredientes. Além disso, a agilidade no atendimento melhora significativamente: de acordo com a McKinsey & Company, o uso de totens pode reduzir o tempo de espera em até 40%, permitindo um fluxo maior de clientes.
Outro impacto direto é o aumento da lucratividade. As soluções digitais permitem oferecer sugestões personalizadas aos clientes, elevando o ticket médio e otimizando o giro de mesas. Um estudo da Harvard Business Review aponta que 60% dos clientes consideram que um atendimento mais rápido melhora significativamente sua satisfação em restaurantes, reforçando a importância da modernização para fidelização e crescimento do negócio.
Barreiras à digitalização
Apesar das vantagens evidentes, muitos restaurantes ainda relutam em adotar soluções tecnológicas. A resistência cultural é um dos principais fatores, pois gestores acostumados ao modelo tradicional temem que a mudança afaste clientes que, na verdade, estão cada vez mais sedentos por inovação, eficiência e conveniência, sem abrir mão da experiência.
Uma das barreiras à digitalização surgiu na pandemia, quando muitos restaurantes passaram a utilizar arquivos PDF como menus digitais. A experiência pouco prática e nada interativa gerou insatisfação nos clientes, levando a uma resistência ao uso de cardápios em QR Code. No entanto, um cardápio digital bem implementado é completamente diferente: interativo, sempre atualizado, fácil de navegar e sem necessidade de download, oferecendo mais praticidade tanto para o restaurante quanto para o consumidor.
E ainda há a percepção equivocada de que a digitalização exige um alto investimento inicial, sem levar em conta o retorno financeiro rápido proporcionado pela eficiência operacional e pelo aumento das vendas.
Além disso, o medo de dificuldades operacionais ainda assombra muitos estabelecimentos, que temem que tanto a equipe quanto os clientes se sintam perdidos na adaptação à tecnologia. No entanto, as soluções atuais são intuitivas e projetadas para facilitar a implementação, permitindo uma transição suave para todos os envolvidos, e a resistência a essas inovações acaba sendo o verdadeiro desafio. A pergunta é: até quando vão adiar o inevitável?
Diferencial competitivo
O mercado de food service está em constante evolução, e quem não acompanha a modernização e se mantém competitivo está fadado a ficar para trás. Ferramentas como menus interativos, totens de autoatendimento e tablets em mesa vão além da praticidade: são estratégias fundamentais para otimizar processos, melhorar a experiência do cliente e aumentar a rentabilidade a longo prazo.
A transição para soluções digitais é um movimento natural para qualquer restaurante que deseja crescer e atender melhor seu público. Quem abraça a inovação colhe os frutos de uma operação mais eficiente e de clientes mais satisfeitos. Já aqueles que resistem correm o risco de perder relevância diante de um público cada vez mais conectado e exigente. Modernizar-se deixou de ser uma opção e se tornou uma questão de sobrevivência.
Isaac Paes, CMO da Goomer é Formado em Administração pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), atuou como Gerente da Cervejaria Santa Catarina, maior cervejaria artesanal do estado, até que em 2018, resolveu se dedicar ao empreendedorismo. Aproveitando a sua expertise no setor foodservice, o executivo fundou a plataforma Abrahão visando disponibilizar soluções digitais para lojas físicas do nicho, com foco em tablets.
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