O primeiro trimestre deste ano registrou um recorde no número de fusões e aquisições dos últimos vinte anos. Foram fechados, neste período, 375 negócios, sendo que a maioria deles (244) foi realizada entre empresas brasileiras. Os dados constam na pesquisa da KPMG realizada, trimestralmente, com empresas de 43 setores da economia brasileira.
Do total de operações concretizadas nos três primeiros meses deste ano, 116 foram do tipo CB1, ou seja, 31% foram de transações de estrangeiros comprando empresas brasileiras. Outras 13 operações foram do tipo CB2 quando brasileiros adquirem de estrangeiros empresa estabelecida no exterior; uma foi do tipo CB3 em que brasileiros adquiriram de estrangeiros, empresa estabelecida no Brasil; e uma foi CB4 em que estrangeiro adquire, de estrangeiros, empresa estabelecida no país.
“Os brasileiros fazendo aquisições no Brasil tem sido o motor das transações este ano. Além disso, está acontecendo um movimento de retomada da presença de estrangeiros no país que tinha sido perdida no ano passado quando a pandemia teve início, o que gerou um contexto de crise e que todas as empresas estavam focadas na sobrevivência e no mercado principal de atuação. Com isso, alguns planos de internacionalização destas empresas foram colocados de lado até que se tivesse um cenário mais previsível. Com a expectativa de vacina, as empresas se adaptaram a uma nova realidade e voltaram com os planos de negócios”, analisa o sócio da KPMG e coordenador da pesquisa, Luis Motta.
Empresas de internet e telecomunicações lideram o ranking
O setor de companhias de internet foi o que mais registrou transações no primeiro trimestre deste ano, fechando o período com 77 operações concretizadas. Em seguida, tecnologia da informação com 48, seguido por educação, instituições financeiras e imobiliário, sendo cada um com 11. Depois, aparecem telecomunicação e mídia com 10, companhias de serviço com 9, varejo com 8 e companhias de energia com 7.
“Se somarmos as transações realizadas pelas companhias de internet e tecnologia da informação, o total é de 125 negócios fechados, o que representa quase metade do total das operações domésticas. É a primeira vez que isso ocorre na pesquisa, o que indica que o panorama das transações modificou. Com a pandemia, muitas empresas decidiram investir em transformação digital, que passou a fazer parte da agenda estratégica das empresas depois do cenário de pandemia, criando um modelo de negócio voltado para tecnologia. E com isso, a representatividade das empresas desses setores passou a ganhar mais relevância no número de transação”, finaliza o sócio.