* Por Yanick Gudim
Entrar no mérito de que a tecnologia impulsionou o crescimento de soluções tecnológicas pode ser um tanto redundante a essa altura do campeonato. Como é sabido, os últimos dois anos foram extremamente difíceis para toda a população, em vista dos desafios impostos pela chegada da Covid-19. No entanto, esses mesmos desafios foram os responsáveis por fazer com que empresas dos mais variados portes e segmentos se reinventassem como forma de não perder espaço no mercado que, neste período, se tornou ainda mais competitivo.
Ao observar este cenário, percebo que dentre tantas frentes em que se é impossível implementar tecnologia – quase todas, na verdade –, uma se destaca diante da enxurrada de novidades que observamos aparecer no mercado nos últimos anos. Gerir um negócio é bastante desafiador. São muitas as questões que devem ser consideradas: relação com potenciais clientes e fornecedores; a troca diária com o time de colaboradores; organização de estoques, análise de mercado; entender como seu produto se posiciona frente aos concorrentes. Enfim, trata-se de uma lista de demandas intermináveis.
Justamente pelos desafios que não apenas empreendedores de pequenas e médias empresas enfrentam, mas também as grandes companhias, é que acredito que o surgimento de soluções que ajudem na gestão dos negócios seja um dos principais legados que os tempos difíceis da pandemia nos deixaram. Segundo o Mapa de Empresas do Ministério da Economia, somente em 2020, cerca de 3,36 milhões de empresas foram abertas no país, sendo 2,66 milhões de microempreendedores individuais. Já em 2021, esse quadro se manteve e, apenas no primeiro semestre do ano, foram abertas 2,03 milhões de empresas, das quais 79% foram MEIs.
Trata-se de um volume gigante de soluções ofertadas ao mercado nos mais diversos modelos, como B2C, B2B, B2B2C, em segmentos bastante diversificados, que podem muito bem englobar o varejo, setor da saúde, financeiro, de serviços, entre tantos outros. E engana-se quem pensa que soluções de gestão empresarial podem ser usadas apenas por empresas que estão há pouco tempo em operação. Em especial, grandes companhias investem fortemente em ferramentas que otimizem suas operações, de forma que elas possam focar no que realmente importa, enquanto organizações menores fazem o trabalho de operacionalizar e automatizar determinadas demandas e setores.
Analisando os números acima, fica claro que o surgimento de novas soluções de gestão empresarial se dá principalmente porque há muitas empresas no mercado e, visto o ambiente altamente competitivo e tecnológico em que vivemos, é pouco viável manter a operação de um negócio na ponta do lápis ou em planilhas de Excel. A automatização é uma realidade e cada vez mais as empresas devem adotar soluções que foram criadas com esse objetivo.
Quanto mais empresas surgirem, maior deve ser o crescimento das ferramentas desenvolvidas para automatizar operações. E, ao que tudo indica, o número de novas empresas não deve parar de crescer. Segundo dados do Mapa de Empresas, o ano de 2021 foi encerrado com 18.915.002 de empresas ativas, considerando matrizes, filiais e MEIs. Isso significa que são quase 19 milhões de negócios com potencial para adotar uma ferramenta de gestão ou automatização.
Além de tempo, um dos recursos mais valiosos quando pensamos no ambiente corporativo, uma empresa pode também otimizar diversos outros processos ao adotar uma solução de gestão e automatização. Os negócios digitais tendem a ter maior produtividade, ou seja, implantar tecnologia à operação pode ser uma forma de aumentar a produção sem adicionar altos custos às despesas já existentes. No demais, a tecnologia pode proporcionar, ainda, a possibilidade de mapear o perfil do seu consumidor e, desta forma, reconhecer padrões de consumo.
Quando pensamos na operação interna, há outras grandes possibilidades. Uma plataforma integrada para a gestão corporativa, que pode ser acessada por desktops e aparelhos móveis, além de aplicativo, tende a facilitar e muito a gestão de qualquer negócio. Com base na experiência que adquiri ao longo dos últimos anos, justamente à frente de uma startup que busca facilitar a gestão e operação de outros negócios, vejo que o cenário está cada vez mais promissor não só para o surgimento, como também para o crescimento de soluções desse tipo.
Yanick Gudim é fundador e CEO da ExpenseOn. Formado em Ciências Contábeis com especialização em IFRS, o executivo acumula dez anos de experiência em Auditoria, Consultoria e Controladoria, atendendo clientes como: Marfrig, JBS, Banco Bradesco, Avianca, Netshoes e Dafiti.