* Por Pedro Augusto Bueno
A presença da tecnologia em sala da aula deixou de ser uma novidade para se consolidar como um novo método de se conduzir o processo de aprendizagem. Globalmente, não há como menosprezar o avanço de soluções desenvolvidas para reformular dinâmicas de ensino, facilitar a vida de profissionais da área e colocar o aluno em sinergia com o que há de mais transformador em termos digitais.
Os recursos educacionais encabeçados pela inovação são promissores, isso é fato. Mas tão importante quanto inserir o fator tecnológico em classe é ter a certeza de que esse processo está sendo conduzido adequadamente, a fim de superar obstáculos naturais a um momento de transição. Com a inserção da tecnologia, surgem disparidades, desafios de adaptação e, principalmente, um sinal de que a inclusão digital precisa ser trabalhada.
Afinal, a transformação digital levada a um nível escolar só pode ser bem-sucedida se atingir a todos. Quase que obrigatoriamente, entendo que qualquer análise sobre o tema, portanto, deve ter como alicerce o reconhecimento dos obstáculos implícitos à conectividade nas escolas.
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Cenário é promissor, mas requer investimento
Durante o período de pandemia, ocasionado pela disseminação do COVID-19, o impacto da tecnologia para a realidade escolar foi sentido por todo o Brasil. Com ela, as escolas foram capazes de preservar atividades à distância, com facilitações as quais, outrora, seriam impossíveis de serem realizadas. O acesso remoto trouxe novos paradigmas para a relação entre escola e aluno, mas também expos a desigualdade social como um dilema a ser trabalhado.
De acordo com dados levantados pelo Google for Startups, é possível diagnosticar uma falta de harmonia entre educação e inovação, na medida em que 55% de potenciais talentos afirmam que há poucas condições para se estudar tecnologia no país. Por outro lado, resultados divulgados recentemente pela BlinkLearning demonstram uma alta familiaridade com o universo tecnológico entre educadores: 83% dos professores entrevistados confirmam a utilização de algum tipo de material digital nas aulas.
Ambas as pesquisas relatam um panorama fiel sobre como a tecnologia tem se relacionado com a educação. Ao mesmo tempo em que os ganhos estão aparecendo, configurados por ferramentas de aprendizado, que abordam o lúdico, simplificam o acesso à informação e fornecem uma gama de possibilidades para que o professor transfira seu conhecimento. Existe um terreno carente de investimentos e um olhar especial para a formação de cidadãos conscientes digitalmente.
Contexto e aprendizado: a tecnologia como aliada dos alunos
Para que a tecnologia funcione como uma aliada do aluno e fomente seu aproveitamento acadêmico, é necessário considerar os aspectos citados e ir além, balanceando a presença tecnológica para não causar sua saturação. Em outras palavras, é fundamental nutrir um equilíbrio entre atividades digitais e métodos empíricos, evitando que um fenômeno de dependência excessiva tome conta do ambiente escolar. Não é sobre designar o protagonismo à inovação, mas de colocá-la como um agente simplificador.
No espectro da inclusão, a postura de instituições educacionais diz muito. Ao investir em infraestrutura e oferecer suporte aos jovens, a escola deve garantir que soluções acessíveis estão sendo implementadas, promovendo o uso igualitário de novas tecnologias.
Logo, para concluir o artigo, volto a enfatizar que a união entre tecnologia e educação tem um potencial inegável, mas para que toda essa teoria seja sentida na prática, é de suma importância caminharmos por um trajeto equitativo, preparando todos os alunos, sem exceções, para um mundo cada vez mais digital. E isso começa em sala de aula.
* Pedro Augusto Bueno é Diretor Executivo de Gente e Gestão na Comm. O executivo possui mais de 15 anos de experiência no setor de Recursos Humanos, com forte liderança em processos de transformação cultural, reestruturação, aquisição, IPO e startup.
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