Escutamos e lemos muita coisa no Brasil sobre a ‘Primavera Árabe’ e o papel que as redes sociais tiveram nos movimentos políticos do Oriente Médio e Norte da África processo. Recentemente, nos protestos no Brasil, todos compreendemos que ‘o jogo da comunicação mudou’ – em tempo, ótimo papo no Roda Viva de 5 de agosto com o pessoal da Mídia Ninja, assistam! Há um choque de gerações que muita gente ainda não percebeu. A tecnologia mudou, as regras do jogo estão mudando, a sociedade está mudando. Quem não sacar isso ficará no passado!
Pois bem, conversei com um dos atores super atuantes da revolução que ocorreu na Tunisia em 2011, meu colega de Global Studies Program 2013 (na Singularity University) Sami Ben Hassine, um ‘startupeiro’ tunisiano baseado em Paris e fundador da The Fabulous, startup em que trabalha. A conversa rolou sobre startups em Paris, empreendedorismo e ativismo político.
Revolução na Tunísia e tecnologia
A diáspora tunisiana teve um papel super importante para a ‘Revolução de Jasmim’ e a construção da democracia na Tunísia. Várias iniciativas e organizações foram criadas pelos ‘startupeiros’ tunisianos baseados em Paris, junto com outros profissionais. Esse pessoal utilizou conhecimentos/skills de empreendedor e novas tecnologias para habilitar a mudança social e política em seu País. A Tunísia era um campo aberto para novas ideias de participação no processo democrático com uso da internet e muita coisa nova foi realizada.
Muitas das ações soram organizadas por uma ONG criada por empreendedores baseados em Paris, a Pacte Tunisien. As ações dessa organização resultaram, dentre outras coisas, no envio de 4000 observadores para as primeiras eleições realizadas a Tunísia após a revolução. Duas iniciativas foram:
- Campanha no Kickstarter para projeto que iria treinar ‘cidadãos jornalistas’ (aqui);
- PaCTE Ideas.
A cena de startups de Paris tem uma forte influencia americana. Não somente pelos modelos de negócios e o próprio modelo/conceito de aceleração, mas porque os ‘founders’ e investidores americanos vão passar férias em Paris. Querem ir passar férias lá e montam operações na cidade para tornar a atrativa a sua presença lá do ponto de vista de negócios.
Uma das operações que tem forte presença de fundadores americanos é a aceleradora The Family. As empresas mas não ficam ‘hospedadas’ fisicamente lá mas participam de atividades realizadas na aceleradora, onde tem contato com outros empreendedores, investidores e mentores. A ‘Family’ fica com 1% do capital das empresas selecionadas. No momento estão comprando/equipando um castelo na Normandia para abrigar startups! Nada mal começar o negócio em um castelo.
Uma outra aceleradora conhecida na cena parisiense é a Le Camping, que tem programas de aceleração com 3 meses de duração. O objetivo de muitos startupeiros franceses é utilizar os processos de aceleração e incubação na França para chegar aos EUA. Ou seja, o passo posterior para quem foi acelerado lá é ser acelerado em locais como Techstars, 500 Startups ou Y- Combinator, do outro lado do Atlântico. Aparentemente não há muita coisa de startups de hardware acontecendo. Para quem quiser ficar informado a respeito, vale acompanhar o Startup Digest Paris e o Rude Baguette.
Veja abaixo o vídeo da entrevista com o Sami Ben Hassine.
Foto: Gunes T/Flickr
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