* Por Carlos André Cavalcanti
Quantas parcerias você conhece que deram certo? Me lembro de algumas emblemáticas como Lennon e McCartney, Jobs e Wozniak e Lewis e Clark. Essas são, entre muitas outras, exemplos do poder que se gera com a junção de duas ou mais mentes brilhantes em um só objetivo. O que seria Steve Jobs sem o Steve Wozniak? Talvez mais um sonhador. Mas juntos criaram algo surpreendente e marcaram uma geração.
As parcerias são de suma importância no processo de inovação porque somam diferentes expertises a um objetivo comum, que pode ser chegar a uma solução para um problema existente em um certo mercado, ou um produto inovador que seja relevante e de interesse ao público consumidor, seja nas artes, na tecnologia ou em qualquer nicho de mercado onde haja um problema a ser solucionado.
Como existem boas parcerias, também há as que não deram certo. É caso da junção da Ford com Volkswagen, formando a Autolatina no Brasil na década de 90, que não durou muito tempo. É bom lembrar que uma parceria estratégica se define por associação de expertises e nem sempre com uma afinidade técnica, mas que combinados podem prevenir e solucionar problemas antes que ocorram.
Para uma parceria funcionar bem, o primeiro requisito é confiança, dividir suas ideias e trabalhar junto com outros profissionais para atingir um objetivo comum, exige confiança por um lado e ética por outro, não havendo essas qualidades nas pessoas envolvidas na parceria, ela está fadada ao insucesso. Por isso, é sempre aconselhável buscar profissionais confiáveis no mercado para atingir os objetivos almejados.
É importante lembrar que, como em qualquer prestação de serviço, ou parceria de negócio, é fundamental as regras estarem definidas por escrito, pois o que está acordado e assinado, não pode no futuro ser alegado como ignorância por nenhuma das partes. Por isso é importante formalizar um contrato de parceria.
O ideal é ter assessoria jurídica para a redação desse contrato, fazendo com que ele contenha corretamente os seus termos de seu interesse. É importante definir: Quais são as expectativas? Implicações financeiras? E se um dos parceiros discordar de uma decisão? Quem decide em qual parte da parceria trabalha e que tipo de recursos são dedicados a ela? O que acontece se um dos parceiros quiser sair e montar algo semelhante por conta própria? Quem possui o quê? Como a parceria termina? Você não pode deixar que o medo o impeça de agir, mas, lembre-se que o planejamento para lidar com desafios previsíveis e inesperados é o segredo para formar uma parceria boa e duradoura.
Dica de especialista
Uma dica que eu deixo para quem está pensando em iniciar uma parceria estratégica é:
Pense que um novo projeto, produto ou serviço, quanto mais for inovador, mais ele necessita de um profissional de Propriedade Intelectual ao lado do seu titular. Com isso, você evitará problemas futuros, como perder a marca ou infringir, mesmo que sem a intenção, direitos de terceiros.
No geral, a parceria é um acordo entre pessoas com o mesmo objetivo, por isso, não se apresse. Concentre-se no que você está criando e deixe que o entusiasmo o guie até a próxima etapa. Uma parceria pode ser simples ou complicada, fácil ou tensa, duradoura ou breve. Não deixe que as complexidades presumidas o impeçam de se unir à pessoa certa, ou até mesmo a um grupo de pessoas, para ajudá-lo a atingir o sucesso.
Carlos André Cavalcanti é advogado especializado em marcas e patentes com mais de 20 anos de experiência na área de Propriedade Intelectual, sócio de Cavalcanti e Cavalcanti Advogados e sócio-gerente da Moeller IP Brazil, subsidiária da Moeller IP Advisors, escritório de advocacia com mais de 90 anos de experiência especializado em uma gama completa de Serviços de Propriedade e Assuntos Regulatórios em toda a América Latina. É parceiro no gerenciamento de bens de Propriedade Intelectual, para que seus clientes foquem na inovação, garantindo processos seguros.